Os agentes modeladores do novo espaço capitalista da Campanha Gaúcha

Item

Título
Os agentes modeladores do novo espaço capitalista da Campanha Gaúcha
Boletim Gaúcho de Geografia
UFF
Autor
Rogério Haesbaert da Costa
Assunto
agentes modeladores
campanha gaúcha
novo espaço capitalista
Abstract
O presente trabalho, inserido como parte de nossa tese de mestrado, e aqui revisto e atualizado, resultou de um levantamento em sua maior parte "in loco", dos principais agentes que vêm desestruturando o tradicional espaço, ainda especialmente hegemônico, do latifúndio de pecuária extensiva na área regional mente conhecida como "Campanha Gaúcha" - e que, para efeito de obtenção de dados estatísticos, restringimos ao espaço da microrregião definida pelo IBGE.Nossa pesquisa incluiu o levantamento de dados secundários, entrevistas com pecuaristas, rizicultores e pesquisadores da região, visitas a empresas e instituições locais, em Porto Alegre, Bagé e Santana do Livramento, a partir do que chegamos à sistematização dos agentes e ao reconhecimento inicial de dois grandes grupos: aquele em que os agentes desenvolvem basicamente a articulação da Campanha com outros espaços, vinculados ao capital privado (nacional e transnacional) e estatal, e aquele em que os agentes promovem uma rearticulação espacial restrita ao nival intrarregional, geralmente vinculados ao próprio capital local.Num detalhamento maior, chegamos à seguinte classificação, de acordo com a "fonte" acumuladora de capital:a. Agentes de articulação espacial basicamente externa:a.2. Capital privado nacional:pecuária intensiva (cabanhas e haras)agricultura intensiva ("granjas")agro-indústria (empresas e cooperativas)indústria de base (cimento)a.2. Capital privado transnacional:agro-indústria (frigoríficos, empresas vitivinícolas)financeiro (Citibank)a.3. Capital estatal - atuação indireta (recursos financeiros, apoio técnico e infra-estrutura relativa a energia, armazenagem, transporte e comunicações).b. Agentes de rearticulação espacial interna:b.1. Capital privado:pecuaria leiteira, semi-intensiva ("chácaras")pequena agricultura para consumo local ("colônias")b.2. Capital estatal atuação indireta (via criação de "colônias" e apoio à pequena produção)A seguir procuramos analisar o papel de cada um desses agentes em seu processo contraditório de desarticulação do espaço e da economia pastoril tradicionais, cujas raizes encontram-se ainda no mercantilismo colonial do século XVIII, quando a região era incorporada como periferia abastecedora do Sudeste minerador (e depois cafeeiro), fornecendo-lhe tropas para transporte e charque para alimentação.
volume
15
issue
1
Date
1987
Língua
pt
issn
2357-9447
Rights
Direitos autorais