ALTAS BACIAS DOS RIOS NEGROS E TABOCO/MS: A POTENCIALIDADE AMBIENTAL ANALISADA A PARTIR DA DECLIVIDADE E DO USO DA TERRA PARA SUBSIDIAR A ECONOMIA REGIONAL

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VALTER GUIMARĂES

Resumo

Mato Grosso do Sul pode-se dizer é fruto dos novos avanços na ocupaçăo espacial do antigo Mato Grosso com a implantaçăo da estrada de ferro Noroeste do Brasil no final de 1.918 acontecendo o povoamento das regiőes de Tręs Lagoas Águas Claras Ribas do Rio Pardo e por força da atividade de comercializaçăo do gado influenciar no desenvolvimento de Campo Grande Miranda Aquidauana e outros gerando caminhos ininterruptos para a colonizaçăo rural ganhando impulsos consideráveis com a intensificaçăo das atividades agrícolas a partir da criaçăo da colônia federal de Dourados em 1.943. Do advento oficial de Mato Grosso do Sul os primeiros frutos foram o da criaçăo de vinte e dois novos municípios retalhando a superfície estadual principalmente na faixa Norte/Sul justamente onde se concentram solos de melhores condiçőes de aproveitamento agrícola. No entanto para um Estado detentor do slogan de maior rebanho bovino do país ainda com predomínio do sistema de recria e engorda de gado em pastagens extensivas curiosamente mantém nesta faixa(principalmente no centro sul) os maiores adensamentos desta atividade pecuária retardando em princípio o deslanchamento da agroindústria sob os efeitos da polarizaçăo da "Grande Dourados"...A regiăo pesquisada também de domínio da atividade pecuária(adensamentos bovinos mais baixos) está encravada no setor centro-oeste de Mato Grosso do Sul ocupando área de 4.897 55 km˛ em superfície planáltica da unidade geomorfológica do planalto de Maracaju-Campo Grande em litologias representativas dos arenitos Furnas Aquidauana e Botucatu e compartimentos de relevo dos Primeiro Patamar Depressăo Interpatamares e Segundo Patamar respectivamente de Oeste para Leste...Nesta regiăo a pastagem nativa integra-se aos ambientes dos Cerrados (vegetaçăo dominante) e trata-se de um ecossistema muito delicado onde o uso adequado necessita de muito bom senso observaçăo e conhecimentos tanto do hábito das plantas como do gado. No entanto desconectados dos limites de potencialidade dos recursos naturais mas "protegidos" pelas recomendaçőes de uso da terra os avanços da ocupaçăo econômica com pastagens plantadas em preparo incipiente de solos vem sendo praticado seguidamente principalmente através de uma suposta melhoria da pastagem nativa com a destruiçăo de espaços ocupados com espécies arbustivas e arbóreas dos Cerrados...Um fator preponderante na definiçăo da metodologia de trabalho foi o da significativa extensăo areal dos espaços ocupados com a pastagem plantada a da amplitude altimétrica do relevo e a área de vegetaçăo remanescente principalmente a dos Cerrados. Nesta linha de pensamento optou-se por correlacionar estudos da declividade com os do uso e ocupaçăo da terra buscando registrar as limitaçőes e riscos das açőes antrópicas na paisagem apoiados numa abordagem sistęmica e na perspectiva do desenvolvimento sustentável. Neste caso a pesquisa apoiou-se nos pressupostos de que nos sistemas sócio-econômicos ocorre a predominância dos mecanismos de retroalimentaçăo positiva onde o sistema responde com um incremento contínuo ao estímulo externo produzido(resilięncia) que é representado pelas políticas de crescimento econômico que estimulam os agentes. Na regiăo o estímulo externo é sentido na caręncia do manejo de todos os fatores locais como os solos tipos de capins quantitativo de animais por hectare. Tal sincronizaçăo (solo-pasto-gado) poderia funcionar como um sistema onde uma retroalimentaçăo negativa năo colocaria em risco a sustentabilidade ambiental...A construçăo das cartas de declividade das altas bacias dos rios Negro e Taboco obedeceram a princípios básicos metodológicos delineados na proposta de Mário De Biasi "A carta clinográfica: os métodos de representaçăo e sua confecçăo"(1.992) utilizando-se ainda das sugestőes de Miguel Cezar Sanchez "A propósito da carta de declividade"(1.993) como forma de indicar as configuraçőes do relevo com vistas ŕs inclinaçőes das vertentes tendo seu crescente uso demonstrado eficácia nos levantamentos de uso da terra potencialidades de utilizaçăo e de fundamental necessidade para o planejamento de técnicas conservacionistas. Os intervalos de declividades foram estabelecidos em face ŕs condiçőes de "retalhamento" do relevo e susceptibilidade erosiva dos solos contribuindo na análise correlativa com os mapas de uso da terra. Por sua vez estes mapas foram construidos com base na técnica do sensoriamento remoto para interpretaçăo visual levando-se em consideraçăo as observaçőes de Roberto Rosa "Consideraçőes acerca de uma metodologia de interpretaçăo de dados TM/Landsat" (1.990) quando coloca que a organizaçăo da chave de interpretaçăo deve ter a sua classificaçăo adaptada ŕs necessidades do usuário e da regiăo de estudos de onde o critério temporal permitiu definir a escolha das imagens orbitais e a principal atividade econômica o da definiçăo da chave de interpretaçăo utilizando-se das classes de vegetaçăo natural de traçado irregular textura grosseira a média compreendendo as formas isoladas(mata nativa mata-de-galeria e cerradăo) vegetaçăo natural com alteraçăo de traçado irregular modificado textura grosseira a média e ŕs vezes fina compreendendo a vegetaçăo predominante(cerrados com vegetaçăo nativa e adequaçăo de pastagem melhorada) áreas desprovidas de vegetaçăo natural traçado regular textura dominantemente fina representando o típico uso agrícola da terra(incluindo-se nesta alguns espaços com pastagens cultivadas)...Os resultados obtidos com a construçăo das cartas de declividade e dos mapas de uso da terra revelam num primeiro momento um desconhecimento dos limites mínimos de capacidade de suporte dos espaços ocupados retratados nos avanços notadamente das áreas de pastagens sobre faixas de intervalos de declividades tidas como de risco considerado o fator relevo e as açőes do deflúvio como também tais avanços acontecerem por conta da "produçăo" de pastos nativos melhorados talvez levando-se em conta as recomendaçőes de uso da terra năo necessariamente a real capacidade de uso dos solos...A conclusăo enfatiza que em toda a regiăo a intensidade das açőes externas acentuam as dificuldades de estabilizaçăo do sistema típica retroalimentaçăo positiva que alicerçam o entendimento de que a diminuiçăo da sustentabilidade ecológica se traduz aos poucos no aumento da incapacidade do sistema ambiental físico em armazenar matéria e energia em seu interior interferindo também na sustentabilidade econômica com a reduçăo das possibilidades de renovabilidade dos recursos renováveis principalmente solos e águas. Mais importante ainda é a perspectiva de cenários tendenciais a ser implementados na integraçăo entre as forças produtivas culturais e governamentais com açőes conjuntas entre o governo estadual com medidas dentre outras a de proibiçăo em definitivo da transformaçăo das áreas de pasto nativo em áreas de pasto nativo melhorado contribuindo para reduzir o avanço disfarçado da ampliaçăo das áreas de pasto plantado sem o devido e necessário manejo governos municipais como por exemplo o da organizaçăo do plano diretor de desenvolvimento urbano e rural (enfatizando este último) em convęnio com instituiçőes de ensino superior considerando como instrumento básico da política de desenvolvimento do município que em conjunto com os demais atores sociais reforçam as responsabilidades no trato das questőes ambientais empresários e produtores do meio rural conscientizando-os em definitivo que as paisagens naturais năo tęm cęrcas e consequentemente os problemas decorrentes de açőes antrópicas inadequadas na maioria das vezes năo intencionais precisam de açőes conjuntas que revertam qualquer quadro degenerativo interferindo nas sustentabilidades de um modo geral como por exemplo: melhorar a qualidade das forrageiras as técnicas de manejo e utilizaçăo das pastagens integraçăo agricultura-pecuária regimes hidrológicos e disponibilidades hídricas espacializando a sobrevivęncia sem a degradaçăo ambiental.

Abstract

\N

Palavras Chave

GEOGRAFIA DE AMBIENTES

USO DA TERRA

LIMITES ESPACIAIS

Key Words

\N

Tipo

DOUTORADO

Universidade

UNIVERSIDADE EST.PAULISTA JÚLIO DE MESQUITA FILHO

Data

1999

Páginas

171

Localização

IGCE/UNESP/RIO CLARO

uri

\N

Orientador

MARCOS CESAR FERREIRA

Programa

GEOGRAFIA

Sigla Universidade

UNESP

Área de Concentração

\N

Língua

Português

email

vvgdgc@ceua.ufms.br

Item