TRANSPORTE SEDIMENTAR LONGITUDINALE MORFODINÂMICA PRAIAL: EXEMPLO DO LITORAL NORTE DE SANTA CATARINA

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Título
TRANSPORTE SEDIMENTAR LONGITUDINALE MORFODINÂMICA PRAIAL: EXEMPLO DO LITORAL NORTE DE SANTA CATARINA
lista de autores
Janete Josina de Abreu
Resumo
A presente tese buscou aprofundar a compreensăo da interaçăo entre processos longitudinais e ortogonais na definiçăo do comportamento morfodinâmico do perfil praial a partir do exemplo de sistemas praiais do litoral norte de Santa Catarina na costa Sudeste do Brasil com orientaçăo geral norte-sul e submetidos ŕ incidęncia oblíqua de ondas de S/SE e E/NE e diferente grau de exposiçăo da linha de costa. A metodologia adotada para o desenvolvimento da tese incluiu: o monitoramento durante um ciclo anual de quatro sistemas praiais de configuraçăo planimétrica distinta entre os quais uma extensa praia retilínea duas praias de bolso e uma praia parabólica através de levantamento topográfico de 17 perfis transversais ŕ linha de costa e da coleta e tratamento granulométrico e estatístico de sedimentos da face praial o modelamento dos processos de refraçăo e difraçăo das principais componentes do regime regional de ondas a partir da aplicaçăo do modelo numérico REFDIF a utilizaçăo inédita de traçadores fluorescentes no estudo do transporte sedimentar longitudinal a classificaçăo do comportamento morfodinâmico do perfil praial de acordo com o modelo da escola australiana de geomorfologia costeira e a análise da capacidade do parâmetro ômega. Os resultados obtidos apontaram a ocorręncia de dois domínios granulométricos e morfodinâmicos distintos na área de estudo com predomínio de areia média associada ŕs praias mais expostas intermediárias e reflectivas e areia fina vinculada ŕs praias com menor grau de exposiçăo e dissipativas ŕ intermediárias. O modelamento da propagaçăo de ondas revelou a influęncia dos processos refrativos e difrativos sobre a plataforma continental adjacente na distribuiçăo das características das ondas na arrebentaçăo ao longo das praias que confirmaram a ocorręncia de vetores hidrodinâmicos dominantes para norte com intensidade modulada pelo grau de exposiçăo da linha de costa. A utilizaçăo de traçadores fluorescentes na abordagem do transporte longitudinal de sedimentos apontou a equaçăo de Kamphuis (1991) como a mais adequada para o estabelecimento de um primeiro balanço sedimentar longitudinal na área de estudo cujos resultados apontaram conforme indicado pelas tendęncias do fluxo hidrodinâmico longitudinal a ocorręncia de transporte resultante de sedimentos para norte. A intensidade do transporte residual é igualmente controlada pelo grau de exposiçăo das praias e pelas oscilaçőes na intensidade do fluxo longitudinal com a ocorręncia de tendęncias crescentes e decrescente das taxas de transporte entre setores adjacentes ao longo dos sistemas praiais. As oscilaçőes positivas e negativas na intensidade das correntes longitudinais e das taxas de transporte sedimentar resultante săo compatíveis com as tendęncias laterais de incremento e reduçăo da granulometria média dos sedimentos verificadas para a face praial na direçăo do transporte dominante. Esses resultados apontaram o impacto do transporte sedimentar longitudinal nos processos morfossedimentares predominantes ao longo dos sistemas praiais com tendęncia crescente na intensidade do transporte resultante definindo setores predominantemente erosivos com maior granulometria média dos sedimentos e a ocorręncia de taxas decrescentes refletindo em comportamento deposicional predominante e na reduçăo do tamanho médio do grăo na face praial. A declividade da face praial acompanhou globalmente as oscilaçőes longitudinais na granulometria média dos sedimentos e nas taxas de transporte longitudinal dominante mas os resultados obtidos apontaram igualmente a interaçăo entre processos ortogonais e longitudinais na definiçăo do comportamento da variável ao longo das praias. A ocorręncia dessas interaçőes é controlada pelo grau de exposiçăo das praias e depende principalmente da capacidade de dispersăo dos sedimentos sobre o perfil praial pela energia das ondas na arrebentaçăo podendo contrariar o pressuposto freqüentemente apresentado na literatura que associa a ocorręncia de menor declividade ŕ menor granulometria e vice-versa. Os resultados da classificaçăo morfodinâmica do perfil praial a partir do modelo preditivo da escola australiana de geomorfologia costeira apontaram maior adequaçăo do parâmetro ômega em prever o comportamento morfodinâmico médio do perfil praial nos setores mais expostos onde a interaçăo entre processos ortogonais e longitudinais é maior. Nos setores mais protegidos das praias os processos longitudinais assumem papel mais determinante no comportamento morfodinâmico da praia reduzindo a capacidade previsional de ômega nesses setores. Nesse sentido os resultados alcançados apontaram maior influęncia do transporte sedimentar longitudinal no comportamento morfodinâmico do perfil praial nos sistemas ou subsistemas praiais com menor grau de exposiçăo enquanto que nas praias ou setores praiais mais expostos o comportamento do perfil praial é definido pela maior interaçăo entre processos ortogonais e longitudinais. Considerando os diferentes estudos empreendidos na presente tese o conjunto dos resultados alcançados apontou a importância dos processos longitudinais para os processos morfossedimentares em diferentes escalas espaço-temporais e năo apenas em larga escala como freqüentemente preconizado na literatura. A verificaçăo da ocorręncia de ajuste entre transporte sedimentar longitudinal e declividade da face praial em setores costeiros abrangendo maior espectro de energia das ondas permitirá verificar o alcance da relaçăo identificada no presente estudo ampliando os horizontes analíticos relativos ŕ configuraçăo dos processos morfodinâmicos praiais e os subsídios científicos ŕ gestăo do estoque sedimentar costeiro.
Abstract
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Palavras Chave
SEDIMENTOLOGIA
MORFOLOGIA
MORFODINÂMICA
SISTEMA PRAIAL
Key Words
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Tipo
DOUTORADO
Universidade
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
Data
2011
Páginas
1
Localização
BU UFSC
uri
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Orientador
Norberto Olmiro Horn Filho
Programa
GEOGRAFIA
Sigla Universidade
UFSC
Área de Concentração
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Língua
Português
email
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