Contrabandistas na fronteira gaúcha: escalas geográficas e representaçőes textuais

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Título
Contrabandistas na fronteira gaúcha: escalas geográficas e representaçőes textuais
lista de autores
Adriana Dorfman
Resumo
O contrabando é uma prática eminentemente geográfica podendo ser descrito como o comércio ilícito baseado nas diferenças – de preço qualidade e disponibilidade de mercadorias – geradas pelas barreiras aduaneiras associadas ŕ delimitaçăo dos Estados-Naçăo. Esse tipo de comércio internacional ilegal exige de seus agentes o conhecimento da geografia aplicada da fronteira aprendida na experięncia da condiçăo fronteiriça. Esta tese coloca bases metodológicas para o estudo da geografia dos contrabandistas na(s) cidade(s) de Santana do Livramento (Brasil) - Rivera (Uruguai). Seu objetivo é explorar as práticas dos contrabandistas naquele lugar abordando a dimensăo cotidiana da fronteira internacional e estabelecendo bases para um estudo geográfico do contrabando. Nesta análise partimos da literatura de fronteira e dos contos de contrabando representaçőes textuais em circulaçăo na regiăo dentro da Comarca do Pampa onde o contrabandista figura como um personagem tradicional depositário de verdades locais. Passamos ao exame da história e das teorias sobre a fronteira que mostraram que a intensificaçăo do povoamento e da urbanizaçăo do limite deveu-se ŕs iniciativas estatais de demarcaçăo dos territórios nacionais. Ainda assim os contatos entre populaçőes línguas e costumes geraram uma cultura local transnacional como verificamos no trabalho de campo atento ŕ traduçăo cultural: compreender o vocabulário específico ŕ prática e ao lugar foi requisito para acessar representaçőes e sentidos locais. Articulamos representaçőes textuais de origem geográfica e social variada e de diferentes gęneros através de uma abordagem atenta ŕ geografia dos pensamentos colocados em relaçăo. Produzimos uma cartografia de base qualitativa enfocando especialmente os contrabandistas de pequenos volumes os bagayeros. Identificamos diferentes escalas no contrabando em Santana do Livramento-Rivera: o contrabando cotidiano o bagayo o descaminho de produtos dos free shops o abigeato além de formas envolvendo grandes volumes valores e distâncias. Quanto ao contrabandista podemos classificá-lo pelo artigo e o volume negociado conforme a origem e o destino da mercadoria (rural ou urbano do ou para o Brasil Uruguai ou terceiros países) segundo a tradiçăo da prática (como no caso do bagayo e abigeato o contrabando de agrotóxicos de CDs ou de equipamentos de informática como modalidades emergentes) conforme as contravençőes implicadas (elidir impostos passar mercadorias proibidas subornar coagir atentar contra o ambiente matar) conforme a rede mobilizada etc. Verificamos que a relaçăo com a aduana oscila entre conivęncia e puniçőes legais. Identificamos que os armazéns depósitos de lă couro madeira ou de produtos da exportaçăo indireta as paradas de ônibus e outras materializaçőes do comércio transfronteiriço na(s) cidade(s) se organizam em dois eixos: 1.ao longo da fronteira e 2.nas proximidades das rodovias para Porto Alegre ou para Montevidéu e o oeste do Uruguai. Concluímos que o contrabando organiza lugares e é absolutamente estrutural nessa sociedade no abastecimento e no sustento das pessoas sendo visto mais como trabalho do que como delito realizando-se através das redes de solidariedade indispensáveis ŕ sua execuçăo e legitimaçăo. Além disso o ethos contrabandista cria uma identidade de lugar distinguindo outsiders e membros (cúmplices) do grupo numa territorialidade com extensăo passagens e polarizaçőes em constante atualizaçăo dada a variabilidade dos conteúdos da fronteira.
Abstract
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Palavras Chave
CONTRABANDO
CONDIÇĂO FRONTEIRIÇA
REPRESENTAÇŐES TEXTUAIS
Key Words
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Tipo
MESTRADO
Universidade
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
Data
2009
Páginas
360
Localização
BIBLIOTECA CENTRAL DA UFSC/ BIBLIOTECA SETORIAL DO CFH
uri
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Orientador
Leila Christina Duarte Dias
Programa
GEOGRAFIA
Sigla Universidade
UFSC
Área de Concentração
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Língua
Português
email
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