A MUNDIALIZAÇĂO DO CAPITAL E A TERRITORIALIZAÇĂO DO MOVIMENTO DOS TRABALHADORES RURAIS SEM TERRA: O CASO DO ASSENTAMENTO SEPÉ TIARAJU EM CAMPOS NOVOS – SC.

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Título
A MUNDIALIZAÇĂO DO CAPITAL E A TERRITORIALIZAÇĂO DO MOVIMENTO DOS TRABALHADORES RURAIS SEM TERRA: O CASO DO ASSENTAMENTO SEPÉ TIARAJU EM CAMPOS NOVOS – SC.
lista de autores
André Vasconcelos Ferreira
Resumo
O presente trabalho tem por objetivo analisar os aspectos referentes ŕ cooperaçăo praticada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra particularmente no Assentamento Sepé Tiaraju a fim de compreender os elementos que o tem levado a territorializar-se no contexto da hegemonia capitalista da atualidade. O referencial teórico-metodológico que orienta esta pesquisa tem como essencial que para entender qualquer processo de territorializaçăo é necessário situá-lo no contexto da totalidade espacial por sua vez observa-se que no âmbito desta universalidade atualmente o fenômeno dominante da mundializaçăo do capital dá conta de que grandes capitais transnacionais reúnem as maiores vantagens para territorializar-se enfatizando tendęncias históricas de concentraçăo e centralizaçăo de capitais além da expropriaçăo territorial de formas tradicionais de produçăo incluindo os pequenos e médios produtores rurais proletarizados. No entanto o espaço rural brasileiro demonstra a incidęncia de movimentos sociais organizados em meio aos setores desprovidos de capital como é o caso do MST incluindo o Assentamento Sepé Tiaraju que vęm conseguindo territorializar-se no contexto da mundializaçăo capitalista. No caso desta pesquisa observou-se que a territorializaçăo do MST reúne elementos de uma cooperaçăo solidária organizada em seu benefício que atribui ao Movimento uma maior autonomia em relaçăo ŕs leis gerais da acumulaçăo capitalista. No âmbito da territorializaçăo do Assentamento Sepé Tiaraju enfatiza-se que o acesso ŕ terra bem como ŕ uma gama ampla de conhecimentos foi realizada mediante o aporte de um intercâmbio solidariamente instituído desde o período das ocupaçőes e dos acampamentos passando pelos espaços das manifestaçőes até a atividade cotidiana do Assentamento. No que se refere ŕ produçăo material do mesmo verifica-se que os assentados produzem grande parte dos alimentos e insumos de origem agrícola dos quais necessitam entretanto ainda definem boa parte de suas estratégias com vistas ŕ comercializaçăo principalmente tendo como base a produçăo leiteira a qual reúne grande atençăo do Movimento Sem Terra em todo o Estado de Santa Catarina. Observa-se que a produçăo realizada em funçăo do autoconsumo incluindo produtos materiais e imateriais contribui sobremaneira para diminuir custos financeiros da produçăo leiteira chegando a viabilizá-lo no âmbito imediato do mercado. Por sua vez a escala do intercâmbio solidário realizado pelo Assentamento e pelo próprio MST é relativamente pequena se comparada á extensăo da cooperaçăo capitalista o que impede que as forças produtivas sociais controladas solidariamente pelo Movimento tenham a mesma magnitude daquelas desenvolvidas sob o modo de produçăo capitalista. Neste sentido conclui-se que a territorializaçăo do MST como é o caso do Assentamento Sepé Tiaraju foi virtuosa no sentido de desenvolver uma cooperaçăo solidária para além dos marcos da pequena produçăo agrícola tradicional o que rendeu ao movimento uma maior independęncia e resistęncia em relaçăo ao capital ao mesmo tempo esta territorializaçăo encontra limites na própria capacidade do Movimento de ampliar seu intercâmbio solidário até as escalas mais amplas da cooperaçăo social o que condiz irremediavelmente com a necessidade de superaçăo da hegemonia capitalista do espaço.
Abstract
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Palavras Chave
MUNDIALIZAÇĂO DO CAPITAL
Key Words
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Tipo
MESTRADO
Universidade
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
Data
2005
Páginas
259
Localização
BU
uri
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Orientador
Walquiria Kruger Correa
Programa
GEOGRAFIA
Sigla Universidade
UFSC
Área de Concentração
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Língua
Português
email
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