Um olhar sobre a paisagem e o lugar como expressăo do comportamento frente ao risco de deslizamento.
Item
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Título
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Um olhar sobre a paisagem e o lugar como expressăo do comportamento frente ao risco de deslizamento.
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lista de autores
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Rafaela VIEIRA
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Resumo
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Há uma preocupaçăo mundial com o tema riscos naturais. No Brasil assim como em outros países com fortes desigualdades sociais os deslizamentos estăo entre aqueles de maior intensidade. O objetivo do presente trabalho é compreender os deslizamentos a partir dos aspectos naturais e sociais que compőem a paisagem e o lugar interpretando com as pessoas se comportam frente a esse tipo de risco. O município de Blumenau onde se situa a sub-bacia estudada é frequentemente lembrado pelas enchentes que causam sérios danos ŕ populaçăo. Predominando um relevo acidentado Blumenau a partir da década de 70 tem apresentado um forte crescimento populacional e demanda por moradias com a ocupaçăo das encostas geralmente associada ŕ formaçăo de áreas de exclusăo social potencializando os riscos de deslizamentos. A área estudada como exemplo é a sub-bacia do Ribeirăo Araranguá a qual possui várias características físicas e sociais semelhantes a outras áreas de risco. Localizada na parte sul do município embora próxima ao centro urbano é uma área de exclusăo social e com grande incidęncia de deslizamentos. Com relaçăo aos aspectos físicos há predomínio de declividades acentuadas que associadas ŕ forma de ocupaçăo do solo resultam em áreas de alta e moderada suscetibilidade a deslizamentos geralmente reincidentes. Chuvas acumuladas de tręs a quatro dias mostram uma tendęncia maior na influęncia dos desastres que predominam nos meses de março e outubro. A ?comunidade do Beco Araranguá? como é conhecida contava com 5.448 habitantes em dezembro de 2002 podendo-se constatar um crescimento populacional de 10% entre os anos 2001 e 2002. Aproximadamente 60% dos moradores possui apenas o ensino fundamental ou parte dele desenvolvendo atividade típicas do setor informal e aquelas de baixa qualificaçăo profissional com uma renda em geral entre um a tręs salários mínimos. Em funçăo dos baixos salários o acesso ŕ moradia é limitado visto que nas áreas planas o valor da terra é em geral seis vezes maior. Isto tem levado ŕ compra de terreno irregular construçăo em lote de parente ou ocupaçăo de áreas públicas geralmente caracterizadas por áreas de risco. O relevo acidentado associado ao cotidiano da comunidade configura lugares diferenciados que passam desapercebidos pelos olhares daqueles que năo convivem na comunidade. Constatou-se que a comunidade percebe o risco de deslizamento pois reconhece os danos e os fatores que o condicionam ou o potencializam. Porém tendem a negar a ocorręncia do risco como forma de afastar a incerteza do perigo em seu lugar de moradia. Valores sociais como a obtençăo da casa própria e as relaçőes sociais (famílias amigos vizinhos) tendem a ser mais importantes na representaçăo do lugar. As açőes para se evitar os deslizamentos săo poucas e restringem-se de modo geral ŕs medidas estruturais e individuais como a construçăo de muros de arrimo. Deve-se incentivar estratégias de reorganizaçăo popular através de trabalhos entre distintos profissionais e populaçăo para que a comunidade alcance sua autonomia para enfrentar os riscos. Os agentes de saúde enquanto membros da comunidade devem promover práticas permanentes para prever e enfrentar os desastres.Há uma preocupaçăo mundial com o tema riscos naturais. No Brasil assim como em outros países com fortes desigualdades sociais os deslizamentos estăo entre aqueles de maior intensidade. O objetivo do presente trabalho é compreender os deslizamentos a partir dos aspectos naturais e sociais que compőem a paisagem e o lugar interpretando com as pessoas se comportam frente a esse tipo de risco. O município de Blumenau onde se situa a sub-bacia estudada é frequentemente lembrado pelas enchentes que causam sérios danos ŕ populaçăo. Predominando um relevo acidentado Blumenau a partir da década de 70 tem apresentado um forte crescimento populacional e demanda por moradias com a ocupaçăo das encostas geralmente associada ŕ formaçăo de áreas de exclusăo social potencializando os riscos de deslizamentos. A área estudada como exemplo é a sub-bacia do Ribeirăo Araranguá a qual possui várias características físicas e sociais semelhantes a outras áreas de risco. Localizada na parte sul do município embora próxima ao centro urbano é uma área de exclusăo social e com grande incidęncia de deslizamentos. Com relaçăo aos aspectos físicos há predomínio de declividades acentuadas que associadas ŕ forma de ocupaçăo do solo resultam em áreas de alta e moderada suscetibilidade a deslizamentos geralmente reincidentes. Chuvas acumuladas de tręs a quatro dias mostram uma tendęncia maior na influęncia dos desastres que predominam nos meses de março e outubro. A ?comunidade do Beco Araranguá? como é conhecida contava com 5.448 habitantes em dezembro de 2002 podendo-se constatar um crescimento populacional de 10% entre os anos 2001 e 2002. Aproximadamente 60% dos moradores possui apenas o ensino fundamental ou parte dele desenvolvendo atividade típicas do setor informal e aquelas de baixa qualificaçăo profissional com uma renda em geral entre um a tręs salários mínimos. Em funçăo dos baixos salários o acesso ŕ moradia é limitado visto que nas áreas planas o valor da terra é em geral seis vezes maior. Isto tem levado ŕ compra de terreno irregular construçăo em lote de parente ou ocupaçăo de áreas públicas geralmente caracterizadas por áreas de risco. O relevo acidentado associado ao cotidiano da comunidade configura lugares diferenciados que passam desapercebidos pelos olhares daqueles que năo convivem na comunidade. Constatou-se que a comunidade percebe o risco de deslizamento pois reconhece os danos e os fatores que o condicionam ou o potencializam. Porém tendem a negar a ocorręncia do risco como forma de afastar a incerteza do perigo em seu lugar de moradia. Valores sociais como a obtençăo da casa própria e as relaçőes sociais (famílias amigos vizinhos) tendem a ser mais importantes na representaçăo do lugar. As açőes para se evitar os deslizamentos săo poucas e restringem-se de modo geral ŕs medidas estruturais e individuais como a construçăo de muros de arrimo. Deve-se incentivar estratégias de reorganizaçăo popular através de trabalhos entre distintos profissionais e populaçăo para que a comunidade alcance sua autonomia para enfrentar os riscos. Os agentes de saúde enquanto membros da comunidade devem promover práticas permanentes para prever e enfrentar os desastres.
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Abstract
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Palavras Chave
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RISCO
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DESLIZAMENTO
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PAISAGEM
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Key Words
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Tipo
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DOUTORADO
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Universidade
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
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Data
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2004
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Páginas
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197
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Localização
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BIBLIOTECA CENTRAL DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
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Orientador
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Sandra Maria de Arruda Furtado
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Programa
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GEOGRAFIA
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Sigla Universidade
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UFSC
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Área de Concentração
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Língua
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Português
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email
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