A Indústria cerâmica e a contruçoa do espaço urbano de Cocal do Sul
Item
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Título
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A Indústria cerâmica e a contruçoa do espaço urbano de Cocal do Sul
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lista de autores
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Maria Bernadete Fontanela
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Resumo
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Cocal do Sul é aparentemente um município como qualquer outro. Contudo a partir da análise da gęnese do seu desenvolvimento e evoluçăo urbanos compreende-se que se trata de uma cidade peculiar por conta da presença marcante em seu território de uma das maiores empresas cerâmicas do mundo. Em princípio a colonizaçăo preponderante italiana concedeu ŕ cidade atividades econômicas baseadas na policultura de subsistęncia e mais tarde pelas atividades pecuárias e nos engenhos. Mas a cidade se transformou a partir da instalaçăo da Cerâmica CocaL renomeada Cerâmica Eliane quando da sua venda para Maximiliano Gaidzinski. A instalaçăo de uma empresa cerâmica no local se deu pela razăo de existir ali grande reserva de caulim mineral básico para a produçăo da cerâmica branca. Também se deve contar com a experięncia dos seus fundadores (tanto da Cerâmica Cocal quanto da Cerâmica Eliane) - Alfredo Del Priori e Maximiliano Gaidzinski respectivamente - no ramo cerâmico. A empresa que inicialmente produzia somente azulejos contava com processos de produçăo artesanais os quais ocupavam bastante măo-de-obra. Eram poucas as empresas que exploravam este ramo o que garantiu ŕ empresa total demanda para sua produçăo. Esta por sua vez crescia gradativamente impulsionada pelo Plano de Metas de Juscelino Kubitschek. O governo da época pregava a política desenvolvimentista o que incentivava a construçăo civil e por consequęncia a indústria cerâmica. Um primeiro empréstimo feito junto ao BNDE permitiu ŕ empresa a ampliaçăo do seu parque industrial e a majoraçăo produtiva com a aquisiçăo de novas máquinas. O emprego da măo-de-obra também crescia proporcionalmente ao aumento da produçăo. Isto ocorreu até o final da década de 80 e início da década de 90 quando pressionada pela política industrial vigente bem como pela conjuntura econômica aplicou medidas de reduçăo de custo a fim de garantir a competitividade. A desverticalizaçăo e a terceirizaçăo foram as principais medidas além da automaçăo do processo produtivo através da aquisiçăo de tecnologias importadas sobretudo da Itália. Como acontecia desde a fundaçăo da Cerâmica tais medidas também influenciaram a produçăo do espaço urbano de Cocal do Sul. Em princípio a demanda por măo-de-obra atraiu a migraçăo o que atribuiu ŕ cidade um aspecto de vila operária que por sua vez condicionou a instalaçăo dos recursos técnicos estruturais permitindo atender as necessidades básicas do operariado ali instalado. Estes aspectos do inter-relacionamento cidade x empresa perdurou até que com a adoçăo da desverticalizaçăo e da terceirizaçăo outro grande impacto social ocorreu no espaço urbano. As demissőes năo ocorreram imediatamente pois a măo-de-obra dispensada pela indústria cerâmica foi absorvida pelas novas indústrias terceirizadas. Mas devido ŕ falta de preparo gerencial dos novos empreendedores e principalmente pela competitividade estabelecida a maioria absoluta das novas empresas encerrou suas atividades culminando na dispensa daqueles que outrora faziam parte do quadro de funcionários da empresa cerâmica. Por outro lado as empresas que conseguiram manter o funcionamento cresceram e passaram a efetuar contrataçőes o que interferiu novamente no movimento migratório da cidade: muitos dos que haviam sido despedidos saíram da cidade ao mesmo tempo em que a nova perspectiva de trabalho atraía novos moradores. Outro aspecto interessante é a crescente migraçăo de aposentados os quais apontam a qualidade de vida como razăo da escolha de Cocal do Sul como local de moradia embora este aspecto năo seja verdadeiro. A cidade é bem localizada unindo características de cidade pequena com as facilidades de um centro maior no caso Criciúma oferecidas pela proximidade. Outro ponto que incentiva a migraçăo é o mercado imobiliário cujos preços săo relativamente baixos se comparados com as cidades vizinhas como Urussanga e novamente Criciúma. Enfim o que se tem hoje ..................é uma cidade cuja formaçăo se deu em torno da empresa cuja estratégia capitalista primava pela construçăo e manutençăo de um exército de reserva que garantiria sua manutençăo. A realidade era que a empresa sempre foi completamente dependente da cidade diante da escassez da măo-de-obra que desde o início possuía outras opçőes como a atividade carbonífera. A empresa passou a cativar a classe trabalhadora para dominar a măo-de-obra. Obtendo condiçőes mercadológicas e financeiras procedeu com a automaçăo quase que completa do processo produtivo adquirindo independęncia. Neste contexto tendo a empresa Eliane como centro de toda a organizaçăo municipal năo há como negar o incremento do setor cerâmico com o acelerado processo de urbanizaçăo da cidade bem como o desenvolvimento do distrito para município o que resultou na valorizaçăo da localidade mas também para a segregaçăo espacial e social dos trabalhadores.
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Abstract
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Palavras Chave
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INDÚSTRIA CERÂMICA
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Key Words
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Tipo
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MESTRADO
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Universidade
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
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Data
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2001
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Páginas
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118
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Localização
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UFSC - UNESC
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Orientador
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Margareth de Castro Afeche Pimenta
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Programa
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GEOGRAFIA
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Sigla Universidade
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UFSC
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Área de Concentração
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Língua
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Português
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email
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alumasa@terra.com.br