O desenvolvimento da telefonia em Santa Catarina: das linhas as redes
Item
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Título
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O desenvolvimento da telefonia em Santa Catarina: das linhas as redes
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lista de autores
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André Luiz Santos
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Resumo
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O objetivo desta pesquisa foi investigar o desenvolvimento das redes telefônicas em Santa Catarina. Partimos do princípio que a técnica é apenas manifestaçăo da vida social. Assim procuramos identificar os processos decorrentes da incorporaçăo da telefonia sobre o território através da açăo e do papel desempenhado por diversos grupos e agentes. O desenvolvimento das redes telefônicas decorreu de complexo quadro caracterizadas por conflitos e participaçőes de grupos sociais específicos. As relaçőes comerciais foram responsáveis pelos principais impulsos ao desenvolvimento da telefonia. As redes telefônicas foram instrumentos importantes ao processo de formaçăo da rede urbana catarinense possibilitando novas formas de organizaçăo e mobilidade através da comunicaçăo fortalecendo o domínio do território por atores específicos como o Estado os comerciantes e a classe que detinha o poder político e econômico. O aperfeiçoamento técnico das redes possibilitou relaçőes que passaram da escala local e regional ŕ escala nacional em funçăo do desenvolvimento econômico do país. A incorporaçăo da telefonia até a década de 1960 se relaciono a dois processos espaciais principais: ao incentivo ŕ criaçăo de um mercado mais amplo e ŕ diminuiçăo de barreiras de distância. A produçăo e reestruturaçăo espacial através de redes e sistemas telefônicos foi um processo que exigiu grande mobilizaçăo de materiais equipamentos e de trabalho social que na história de Santa Catarina como do Brasil ocorreu pela mobilizaçăo de capital. A primeira dificuldade ŕ instalaçăo e desenvolvimento das linhas e redes foi o investimento necessário implicando em diversas dificuldades técnicas e na concessăo dos serviços ŕ iniciativa privada. O primeiro período de instalaçăo das redes telefônicas foi caracterizado por um conjunto de planos e promessas que năo foram realizadas. A partir da superaçăo das dificuldades iniciais os serviços se mostravam precários pouco difundidos e com problemas de comutaçăo. Havia dificuldades de importaçăo de equipamentos em virtude das taxas de importaçăo e da primeira guerra mundial. A partir da década de 1920 a expansăo da telefonia a cargo da Companhia Telefônica Catarinense (CTC) refletiu um processo seletivo comandado por um diversificado desenvolvimento econômico das regiőes catarinenses com destaque também para o comércio e exigiu grande quantidade de capital para formaçăo da rede telefônica intermunicipal e expansăo e instalaçăo de redes locais. Tal processo foi marcado por uma série de problemas como a dificuldade de importaçăo de equipamentos roubo de fios das redes preço de tarifas e controle disperso do sistema por parte do Estado. A instalaçăo da rede telefônica intermunicipal foi importante fator de transformaçăo espacial por ter sido a estrutura de comunicaçăo inicial ŕ organizaçăo e fomento da rede urbana catarinense utilizada como instrumento no processo de reorganizaçăo econômica introduzido pelo estado através de atores capitalistas. Os principais agentes envolvidos nessa fase foram os poderes públicos estaduais e municipais Ganzo Fernandes e sua família que desempenharam um papel pioneiro no processo de instalaçăo operaçăo técnica e investimento nas redes telefônicas estaduais que serviu basicamente aos grupos ligados ao comércio ao setor de serviços e ao poder público. Na década de 1960 a estratégia de desenvolvimento das redes culminou em configuraçăo centralizadora e excludente. O crescimento das cidades catarinenses refletia o desenvolvimento de diversas atividades produtivas em várias regiőes do estado fomentando o crescimento das redes telefônicas locais. Os problemas enfrentados pela CTC e sua estratégia de expansăo baseada na rentabilidade dos serviços engendrou uma configuraçăo seletiva das redes sobre o território. O aperfeiçoamento técnico e a difusăo da telefonia em Santa Catarina e posterior integraçăo ao sistema interestadual manteve estreita relaçăo com o processo de formaçăo da rede urbana catarinense e com a formaçăo do mercado nacional. As dificuldades enfrentadas até a década de 1960 impediram a formaçăo do sistema integrado de telecomunicaçőes. No contexto nacional a soluçăo ŕ estes problemas foi a formaçăo do sistema nacional integrado de telecomunicaçőes realizada através do monopólio da Uniăo sobre o setor da estatizaçăo das redes e dos serviços e da elaboraçăo de um plano nacional de telecomunicaçőes. O agente principal desse processo foi o Estado para o que concorreu o golpe militar de 1964. Os militares apoiavam o desenvolvimento econômico capitalista e a política de formaçăo de um sistema a serviço da "segurança nacional".
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Abstract
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Palavras Chave
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TELEFONIA
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REDES
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SANTA CATARINA
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TELECOMUNICAÇŐES
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Key Words
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Tipo
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MESTRADO
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Universidade
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
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Data
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1999
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Páginas
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101
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Localização
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BIBLIOTECA DA UFSC
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Orientador
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Leila Christina Duarte Dias
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Programa
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GEOGRAFIA
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Sigla Universidade
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UFSC
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Área de Concentração
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Língua
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Português
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email
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