Revitalizaçăo étnica e dinâmica territorial em Mirandiba: alternativas contemporâneas ŕ crise da economia sertaneja

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Título
Revitalizaçăo étnica e dinâmica territorial em Mirandiba: alternativas contemporâneas ŕ crise da economia sertaneja
lista de autores
TOMAS PAOLIELLO PACHECO DE OLIVEIRA
Resumo
As interpretaçőes históricas consagradas sobre o sertăo atribuem ao avanço do gado a extinçăo dos indígenas (Capistrano de Abreu). As narrativas tradicionais encontradas no sertăo pernambucano e no município de Mirandiba - foco de nossa pesquisa - destacam que a implantaçăo das grandes fazendas de gado representou o dos indígenas e sua assimilaçăo conformando a sociedade local. Para entender estas recentes mudanças ampliamos o escopo temporal da análise. Ressaltamos a importância na economia regional das atividades da maniçoba caroá e algodăo - todas inseridas em circuitos nacionais e globais. Este contexto produtivo do séc. XX qualificado localmente como "tempo do progresso" possibilitou uma modalidade de desenvolvimento que apesar de concentrado năo beneficiou exclusivamente as grandes famílias de proprietários. Entretanto uma praga e o mercado globalizado devastaram a economia sertaneja baseada no algodăo. A partir de 1980 a economia do município entrou em franca decadęncia. Num primeiro momento é possível identificar duas alternativas acionadas pela populaçăo para ultrapassar a crise: aumento do ęxodo rural e surgimento de uma poderosa rede de economia ilegal (integrando o "polígono da maconha"). Em um momento posterior (1992) a eleiçăo de um prefeito petista no sertăo alçou o município a uma visibilidade nacional possibilitando a entrada de novos atores (ONGs mundiais) que fomentaram o associativismo nas comunidades propondo a agricultura familiar e a agroecologia. Delineia-se um contexto político bastante singular e até membros das famílias tradicionais se re-apresentam como "agricultores familiares" e "populaçőes tradicionais" associados a mobilizaçőes maiores. Em outra escala a consolidaçăo de direitos de indígenas e quilombolas na Constituiçăo-1988 e de outras regulamentaçőes internacionais estabeleceram novas potencialidades políticas. A demarcaçăo da T.I. Atikum e o reconhecimento da ARQ Conceiçăo das Crioulas favorecem a forte associaçăo das dinâmicas territoriais e identitárias. Neste âmbito situamos o processo atual de etnogęneses: Mirandiba năo teve nenhum índio no Censo-1991 mas em 2000 foram 204 autodeclarados e esse processo năo cessa de crescer. Esta năo é todavia uma construçăo arbitrária destas pessoas/comunidades infundada historicamente e ilegítima em termos sócio-culturais. Nossas releituras históricas diferente das perspectivas colonialistas possibilitam um entendimento mais complexo e aprofundado das narrativas das comunidades locais que acionaram a etnicidade em resposta ŕ crise da economia sertaneja e as alternativas precedentes (migraçăo e economia ilegal). Verificamos (análise bibliográfica/trabalho de campo) que as etnogęneses possuem longa história e sua desqualificaçăo somente interessa aos mesmos que anteriormente já produziram e se beneficiaram com a invisibilizaçăo dos índios e a escravizaçăo deles e dos negros.
Abstract
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Palavras Chave
EMERGĘNCIA ÉTNICA
TERRITORIALIDADE
SERTĂO PERNAMBUCANO
MIRANDIBA
POVO INDÍGE
Key Words
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Tipo
MESTRADO
Universidade
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
Data
2010
Páginas
231
Localização
PPGG/UFRJ
uri
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Orientador
ANA MARIA LIMA DAOU
Programa
GEOGRAFIA
Sigla Universidade
UFRJ
Área de Concentração
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Língua
Português
email
tomasrj@gmail.com