ALIMENTAÇĂO COMO FORMA DE MEDIAÇĂO DA RELAÇĂO SOCIEDADE NATUREZA – UM ESTUDO DE CASO SOBRE A AGRICULTURA ECOLÓGICA E O AUTOCONSUMO EM TURVO - PR

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Título
ALIMENTAÇĂO COMO FORMA DE MEDIAÇĂO DA RELAÇĂO SOCIEDADE NATUREZA – UM ESTUDO DE CASO SOBRE A AGRICULTURA ECOLÓGICA E O AUTOCONSUMO EM TURVO - PR
lista de autores
Silvia do Amaral Rigon
Resumo
O processo de modernizaçăo da agricultura provocou mudanças no modo de vida no campo com repercussőes de caráter social e ambiental abandono de certas práticas tradicionais e em muitas situaçőes a desestruturaçăo de propriedades e o ęxodo rural. Em contraposiçăo outros modelos de produçăo de alimentos baseados em paradigmas que consideram a ecologia como referencial passaram por um processo de fortalecimento e expansăo nas últimas tręs décadas. No município de Turvo na regiăo centro do Paraná a Associaçăo de Grupos de Agricultura Ecológica (AGAECO) tem se dedicado ŕ prática da agricultura ecológica e buscado desenvolver alternativas para a comercializaçăo solidária de seus produtos. O processo histórico de ocupaçăo e formaçăo do Paraná Tradicional caracteriza a regiăo bem como a evidęncia de situaçőes de pobreza e de insegurança alimentar. A pesquisa realizada com as famílias vinculadas ŕ associaçăo procurou verificar de que forma os princípios inerentes ŕ agricultura ecológica tęm contribuído para o fortalecimento e/ou resgate de práticas tradicionais do modo de vida no campo historicamente marcadas por uma forte integraçăo do ser humano com a natureza definindo-se “a alimentaçăo” das famílias como categoria a ser estudada. .Os resultados apontaram que a prática da produçăo para autoconsumo considerada estratégia tradicional de reproduçăo dos agricultores familiares está sendo realizada por todas as famílias dos agricultores ecologistas. A disponibilidade de uma quantidade pequena de terra para a produçăo e de măo-de-obra familiar reduzida consiste num desafio a ser equacionado pela maioria das famílias juntamente com a visăo ecológica que necessita permear todo o processo de produçăo. O esforço realizado pelas famílias para produzir consumir e vender um alimento sem veneno incorporando novas metodologias que demandam tempo força de trabalho e formas de organizaçăo e gestăo do espaço diferenciadas constitui-se num exemplo de adesăo a idéias de caráter transformador. Tais motivaçőes apontam por sua vez a emergęncia de movimentos que buscam novas relaçőes entre os seres humanos e a natureza. O processo vem promovendo o consumo de um alimento mais seguro sem agrotóxicos uma maior diversificaçăo dos alimentos produzidos e consumidos um aumento da variedade do consumo de hortaliças e uma reduçăo no consumo de alimentos industrializados pelas famílias da AGAECO. Os agricultores consideram a produçăo ecológica de alimentos como uma “missăo de vida.” A mística presente juntamente com a cosmovisăo que permeia a cultura cabocla e camponesa da regiăo conferem uma sacralidade ao processo de trabalho como um todo. O fato dos agricultores considerarem o alimento que produzem sem agrotóxico “sagrado” é uma evidęncia da presença dessa concepçăo. A vinculaçăo que os agricultores demonstram pela terra e pela natureza reforçada pelos princípios da agroecologia confirma os aspectos já comentados. .O trabalho desenvolvido pela AGAECO apresenta resultados significativos em relaçăo ŕ melhoria da segurança alimentar das famílias envolvidas porque conta com a incorporaçăo de novos referenciais e ao mesmo tempo com a valorizaçăo pelas famílias ecologistas de conhecimentos camponeses ancestrais fortalecendo a identidade e o papel dos agricultores e apontando a importância do rural enquanto espaço de convivęncia e interdependęncia do social e do natural.
Abstract
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Palavras Chave
SEGURANÇA ALIMENTAR
AUTOCONSUMO
AGRICULTURA ECOLÓGICA
Key Words
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Tipo
MESTRADO
Universidade
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
Data
2005
Páginas
130
Localização
BIBLIOTECA CENTRAL DA UFPR
uri
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Orientador
Luis Lopes Diniz Filho
Programa
GEOGRAFIA
Sigla Universidade
UFPR
Área de Concentração
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Língua
Português
email
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