CONFLITOS TERRITORIAIS ENTRE GUARANIS-KAIOWÁS PARAGUAIOS E "GAÚCHOS": A PRODUÇĂO DE NOVAS TERRITORIALIDADES NO MATO GROSSO DO SUL

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Título
CONFLITOS TERRITORIAIS ENTRE GUARANIS-KAIOWÁS PARAGUAIOS E "GAÚCHOS": A PRODUÇĂO DE NOVAS TERRITORIALIDADES NO MATO GROSSO DO SUL
lista de autores
Marcos Leandro Mondardo
Resumo
No processo de constituiçăo da sociedade moderna-colonial formou-se o território brasileiro e na extensa área que se formou a regiăo Centro-Oeste desenvolveu-se uma biopolítica de “contençăo territorial” dos povos indígenas e de exploraçăo do trabalho dos migrantes paraguaios. Daí em diante uma disputa territorial passou a se difundir pela zona de fronteira brasileira desde finais do século XIX quando de um lado migrantes “gaúchos” avançaram em frentes de colonizaçăo pelo Mato Grosso e de outro com o desenvolvimento de uma política indigenista estatal com a atuaçăo do Serviço de Proteçăo ao Índio (SPI) órgăo responsável pela criaçăo de reservas indígenas no Brasil. Tomando por base o encontro entre Guaranis-Kaiowás migrantes paraguaios e “gaúchos” notadamente no Mato Grosso do Sul mostramos as transformaçőes espaciais em curso emergidas pela visibilidade política que ganhou na última década o movimento pela demarcaçăo das terras indígenas. Partindo da dinâmica de desterritorializaçăo vinculada ŕ expansăo da “modernizaçăo da agricultura” pelas monoculturas de soja pecuária e mais recentemente da cana-de-açúcar analisamos ŕ luta de reterritorializaçăo dos povos indígenas pelo movimento de retomada de territórios tradicionais os tekohas em acampamentos contingentes articulados em redes de múltiplas escalas espaciais. Na busca pela descolonizaçăo do imaginário moderno-colonial muitos migrantes paraguaios também procuram reconstruir como forma valorizaçăo identitária a identidade territorial num movimento ambíguo caracterizado pelo ser-năo-ser paraguaio. Em nome de uma territorialidade calcada em valores difundidos pela modernidade e de um “tradicionalismo” permeado de ambivalęncias e contradiçőes muitos fazendeiros “gaúchos” difundem o preconceito e promovem a precarizaçăo territorial do Outro. A geografia dessa multiplicidade de sujeitos produz articulaçőes em redes em múltiplas escalas de açăo principalmente no conflito pela demarcaçăo das terras tradicionais o que promove do outro lado uma reaçăo de oposiçăo ao movimento Guarani-Kaiowá pois uma parcela de fazendeiros se mobiliza num contra-ataque para conter essas territorialidades alternativas e de resistęncia que parecem brotar formando uma rede de lugares. Assim para entender esse conflito territorial propomos analisa-los como multi/transterritorialidades que surgem no trânsito transfronteiriço de fazendeiros “gaúchos” em seu circuito econômico-funcional vinculado ao complexo agroindustrial da soja e da pecuária e no movimento de luta por tekoha que articula pela arte do contornamento reservas e terras indígenas no Mato Grosso do Sul do lado brasileiro e terras indígenas no Paraguai ao desenhar um jogo complexo de redes que possibilitam obter certos trunfos espaciais pela ligaçăo com “espaços equivalentes”. Um devir de novas territorialidades ocorre assim em Dourados nos casamentos e namoros de “gaúchos” e paraguaias que reinventam suas identidades territoriais em intercâmbios político-culturais bastante fecundos.
Abstract
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Palavras Chave
FRONTEIRA | CONFLITOS TERRITORIAIS | MATO GROSSO DO SUL |
Key Words
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Tipo
DOUTORADO
Universidade
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
Data
2012
Páginas
558
Localização
BIG
uri
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Orientador
Rogério Haesbaert da Costa
Programa
GEOGRAFIA
Sigla Universidade
UFF
Área de Concentração
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Língua
Português
email
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