Mal-estar na cidade: Ordem e contra-ordem sócio-espacial na cultura do amedrontamento

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Título
Mal-estar na cidade: Ordem e contra-ordem sócio-espacial na cultura do amedrontamento
lista de autores
Marcus Rosa Soares
Resumo
O objetivo central deste trabalho consiste em analisar de que modo o medo se constituiu num dos mais eficazes instrumentos de ordenamento sócio-espacial da atualidade. Năo o medo inato mas o medo difuso a modalidade de medo que conforma a cultura do amedrontamento. A conformaçăo da cultura do amedrontamento o medo descolado das causas estruturais que o gera respalda as chamadas açőes dominantes em curso que pelo discurso hegemônico fundamenta todo o aparato que legitima as estratégias de combate ao medo e ao mal-estar. Essas açőes dominantes correspondem ŕs medidas repressivas penais e letais a privatizaçăo do espaço público e o reforço da subalternidade. As açőes dominantes vem se constituindo no arcabouço jurídico político econômico cultural e espacial do trato de uma măo-de-obra estruturalmente descartada pelo modo de produçăo capitalista em sua atual fase globalizada. Năo obstante ao analisarmos as especificidades da sociedade brasileira o que se constata é que a cultura do amedrontamento está casada ao “medo negro” isto é ao medo estigmatizado associado ŕ discriminaçăo e ao preconceito ao qual o segmento negro está historicamente submetido. As políticas dominantes em curso no país denotam um sentido claramente definido do ponto de vista étnico-racial etário e geográfico: negros jovens e moradores de favelas de bairros populares de periferia ou de conjuntos habitacionais como vítimas principais da repressăo do Estado e da violęncia que mata. O imaginário do medo na sociedade brasileira é produzido e dirigido a esse segmento da populaçăo e a esses espaços associando-os aos riscos e perigos que produzem medo e mal-estar ŕ sociedade. Assim justificam-se: o aumento da repressăo policial a escalada da populaçăo carcerária e a letalidade policial a perda de prestígio do espaço público e a sua célere privatizaçăo e o avanço das políticas que balizam o chamado “capitalismo de caridade” que contribuem para a manutençăo da ordem sócio-espacial hegemônica bem como fragilizam junto com a cultura do amedrontamento o surgimento de estratégias e açőes alternativas de contra-ordem sócio-espacial. Por fim esboçam-se as possibilidades de constituiçăo de alternativas ŕs açőes dominantes de combate ao medo. Para que tais ocorram consideram-se necessárias transformaçőes estruturais radicais e profundas uma verdadeira revoluçăo da política e da democracia que passam pela autonomia do indivíduo. Doravante diante do vício que corrompe as formas tradicionais do fazer político e democrático acreditam-se ser os movimentos sociais legítimos os entes que de antemăo podem atuar como protagonista(s) desse(s) projeto(s) revolucionário(s) e onde uma contra-ordem sócio-espacial concreta possa efetivamente acontecer.
Abstract
\N
Palavras Chave
VIOLĘNCIA | MEDO | SOCIOLOGIA URBANA
Key Words
\N
Tipo
DOUTORADO
Universidade
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
Data
2010
Páginas
321
Localização
BIG
uri
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Orientador
Ester Limonad
Programa
GEOGRAFIA
Sigla Universidade
UFF
Área de Concentração
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Língua
Português
email
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