O ASSENTAMENTO RURAL COLETIVO COPAVI: CONTRADIÇŐES E AVANÇOS NO PROCESSO DE TERRITORIALIZAÇĂO CAMPONESA
Item
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Título
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O ASSENTAMENTO RURAL COLETIVO COPAVI: CONTRADIÇŐES E AVANÇOS NO PROCESSO DE TERRITORIALIZAÇĂO CAMPONESA
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lista de autores
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Fabio Luiz Zeneratti
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Resumo
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As reflexőes contidas neste trabalho se inserem no debate sobre a pertinęncia da reforma agrária no contexto da elevada concentraçăo fundiária brasileira tendo como recorte empírico a Cooperativa de Produçăo Agropecuária Vitória (COPAVI) uma experięncia de assentamento rural fundada no trabalho coletivo sob uma modalidade de cooperativismo que alcançou ęxito em poucas experięncias posto que a maioria dos assentados ao alcançarem o acesso ŕ terra tendem a explorá-la individualmente. Longe de se ocupar da oposiçăo que frequentemente é invocada para indagar qual é o melhor modelo de assentamento o coletivo ou o individual o que o trabalho procura evidenciar é que o modelo de desenvolvimento capitalista brasileiro possibilitou que a propriedade da terra se mantivesse sob controle de uma pequena parcela da populaçăo com isso a luta pela reforma agrária ganhou importância e representatividade. Os movimentos sociais foram os maiores responsáveis pela espacializaçăo e territorializaçăo da luta pela terra a partir disso emergiram formas alternativas de produçăo nos assentamentos elas estăo possibilitando a concretizaçăo da reforma agrária guardadas as especificidades do grupo organizado bem como a Geografia do local onde estăo inseridos. No caso em questăo foi possível observar que o cooperativismo é um importante mecanismo para evitar que a renda da terra camponesa seja apropriada pelo capital sobretudo possibilitando aos cooperados a inserçăo no mercado sem a intermediaçăo do capital industrial ou comercial. Para isso contribui a estratégia da policultura mediante a qual se produz uma parte dos gęneros necessários ŕ sobrevivęncia das famílias reduzindo-se a dependęncia externa. A divisăo do trabalho no interior do assentamento revela uma lógica que lembra a organizaçăo empresarial embora contraditoriamente esteja integrada ŕ lógica de trabalho camponęs. Se para os cooperados de origem camponesa a lógica de trabalho empresarial é fator limitante para sua permanęncia no assentamento pois năo permite florescer seu Habitus camponęs para os trabalhadores passíveis de serem associados ŕ tradiçăo proletária o problema é justamente vislumbrar tarefas a cumprir para além do que a dimensăo contratual de sua condiçăo proletária pretérita significava pois a dedicaçăo e a doaçăo para com o assentamento muitas vezes aumentando a intensidade e o tempo de trabalho se apresentam como fatores determinantes para a permanęncia na cooperativa. Sendo assim a necessária ruptura parcial seja com a tradiçăo camponesa seja com a tradiçăo proletária tem influenciado na decisăo de desistirem ou permanecerem. Isso explica em parte a significativa rotatividade das famílias: desde a fundaçăo cerca de 40 famílias já passaram pela cooperativa restando apenas seis das 16 inicialmente assentadas. Portanto a dinâmica interna da COPAVI se situa numa posiçăo ambígua com ingredientes da lógica empresarial de gestăo e da lógica camponesa de produçăo possibilitando a convergęncia de trabalhadores distintos segundo uma perspectiva de classe. Sendo assim a COPAVI resiste ao longo do tempo como resultado destas contradiçőes que ora se apresentam como fatores desagregadores ao trabalho coletivo ora se apresentam como estratégias de resistęncia e fortalecimento.
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Abstract
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Palavras Chave
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CONCENTRAÇĂO FUNDIÁRIA
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REFORMA AGRÁRIA
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COOPERATIVISMO
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Key Words
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Tipo
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MESTRADO
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Universidade
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA
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Data
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2012
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Páginas
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158
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Localização
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BIBLIOTECA CENTRAL DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA
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Orientador
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IDENI TEREZINHA ANTONELLO
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Programa
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GEOGRAFIA
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Sigla Universidade
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UEL
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Área de Concentração
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Língua
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Português
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email
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