Trabalho autônomo e conflitos: o comércio ambulante no território dos trens

Item

Título
Trabalho autônomo e conflitos: o comércio ambulante no território dos trens
lista de autores
José Carlos Brito Silva
Resumo
Esta pesquisa analisa e procura compreender o aumento das atividades informais de maneira geral e do comércio ambulante como um caso específico e os conflitos entre o poder público e esses trabalhadores do comércio ambulante. Esta análise é realizada enquanto resultante de uma dinâmica inerente ao próprio sistema capitalista que se assenta em contradiçőes socioeconômicas dentre elas a necessidade de geraçăo de um excedente de măo-de-obra para dessa maneira ter a sua disposiçăo um exército de reserva. Nesse sentido essa análise leva em consideraçăo o processo de urbanizaçăo sofrido pela RMSP como um dos pressupostos de promoçăo do desemprego que teve suas causas em várias variáveis. O fenômeno do aumento na prática dessas atividades denominadas nessa pesquisa como “trabalho autônomo” praticada pelos trabalhadores ambulantes nos trens e outros espaços públicos da RMSP se acentuou a partir das décadas de 80 resultantes de crises econômicas que atingiram o Brasil provocando enorme recessăo econômica e um desemprego que pode ser caracterizado como conjuntural. Esse desemprego acentua-se de sobremaneira na década de 90 resultante do processo de abertura econômica empreendido pelo Estado brasileiro como forma de integraçăo do País ao processo de globalizaçăo. A forma como se deu essa integraçăo marcada por uma abertura econômica desenfreada repercutiu em vários aspectos da economia do País: empreendeu-se uma nova territorialidade das plantas industriais proporcionado pelo desenvolvimento dos meios técnico-científico-informacionais atingindo principalmente a RMSP por ser esta a mais industrializada do País a mesma também passa por um processo de reestruturaçăo produtiva em que perde espaço o caráter industrial e ganham espaço as atividades terciárias implanta-se um novo modelo de organizaçăo administrativa e do processo de produçăo adotado pelas empresas o modelo flexível também denominado pós-fordista que exigem um novo perfil de profissional com maior e melhor qualificaçăo para executar as tarefas agora com um maior grau de complexidade e flexibilidade. Essas transformaçőes repercutiram diretamente nos níveis de desemprego que passaram a atingir índices cada vez maiores. As atividades informais em geral e o trabalho ambulante tornaram-se dessa forma numa forma de garantir a sobrevivęncia para esse enorme contingente de desempregados passando a se consolidarem năo como alternativas temporárias e sim como trabalho de fato. Da mesma forma que crescia o número de praticantes no comércio ambulante cresciam os conflitos que passaram a contar inclusive com açőes policiais empreendidas violentamente. O território dos Trens da CPTM enquanto espaços públicos e de grande apelo para o comércio devido ao grande fluxo de passageiros passou a ser um desses lugares onde este quadro socioeconômico se refletiu e os conflitos se acirraram. Esse território que oferece condiçőes mais fáceis de possibilitar aos praticantes dessa atividade uma condiçăo de organizaçăo e legalizaçăo da atividade visando proporcionar condiçőes dignas a um número significativo de trabalhadores foi o lócus escolhido nesta pesquisa como uma das partes da complexa e contraditória dinâmica da economia capitalista
Abstract
\N
Palavras Chave
COMÉRCIO AMBULANTE NOS TRENS
ECONOMIA INFORMAL
Key Words
\N
Tipo
MESTRADO
Universidade
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SĂO PAULO
Data
2009
Páginas
200
Localização
BIBLIOTECA DA PUC/SP
uri
\N
Orientador
Gustavo de Oliveira Coelho de Souza
Programa
GEOGRAFIA
Sigla Universidade
PUC/SP
Área de Concentração
\N
Língua
Português
email
\N