A aressignificaçăo e reapropriaçăo social da natureza semiárida: as práticas e os programas contextualizados pela “convivęncia com o semiárido” no território de Juazeiro (Bahia)
Item
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Título
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A aressignificaçăo e reapropriaçăo social da natureza semiárida: as práticas e os programas contextualizados pela “convivęncia com o semiárido” no território de Juazeiro (Bahia)
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lista de autores
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LUZINEIDE DOURADO CARVALHO
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Resumo
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O contexto reflexivo desse estudo é a relaçăo natureza e cultura na contemporaneidade. Parte do pressuposto de que a natureza semiárida tem recebido diferentes compreensőes orientadas por sua vez por diferentes racionalidades e dentre essas a ambiental que apresenta a proposta da ‘Convivęncia com o Semiárido Brasileiro’. Essa proposta é compreendida no estudo como uma ideia-projeto que inova impulsiona e direciona os movimentos e organizaçőes sociais populares por meio das redes sociais formando-se como um rizoma tecendo seus nós por todas as escalas aglutinando diferentes bandeiras de lutas sociais travadas no Semiárido contemporâneo (pela água terra educaçăo e outras demandas) enfim conduzindo atores e sujeitos sociais ŕ reapropriaçăo social da natureza. As manifestaçőes de reapropriaçăo da natureza semiárida săo identificadas no Território de Juazeiro (Bahia) por meio de tręs Diretrizes da ‘Convivęncia’: a democratizaçăo do uso e acesso a água e seus programas (P1MC P1+2 e outros) a democratizaçăo e regulamentaçăo da posse da terra (com ęnfase para a situaçăo das terras coletivas de Fundo de pasto) e o uso sustentável da biodiversidade e agrobiodiversidade da Caatinga. Desse mapeamento foi possível analisar como esses programas e práticas reorientam o uso dos recursos naturais concebidos năo somente como sustento material das populaçőes em especial as populaçőes rurais tradicionais mas também como base imaterial da cultura e dos valores identitários associados aos territórios de vida e trabalho dessas. Como norteamento teórico-metodológico o estudo fundamentou-se numa abordagem fenomenológica e cultural das categorias e temas geográficos de natureza território/territorialidade redes e paisagem analisar as novas territorialidades que se constroem no Semiárido pela ‘Convivęncia’ com ęnfase no Território de Juazeiro. O fenômeno ‘convivęncia’ foi considerado como um envolvimento significativo de “ser-com-os-outros-no-mundo”. Essa abordagem fenomenológica ancorou-se na existencialidade/mundaneidade de Heidegger cujos propósitos foram apreender e descrever o sentido ontológico da ‘convivęncia’ em suas açőes de mobilizaçăo e de articulaçăo e na percepçăo de Merleau-Ponty para compreender a construçăo do sentido de hostilidade ŕ natureza e a desconstruçăo desses sentidos que a transmutam para uma natureza de possibilidades (por meio da análise dos documentos e diretrizes das redes e das falas dos atores sociais). Considerou-se que pela concepçăo fenomenológica haveria uma maior abertura para se pensar a relaçăo interativa da natureza e cultura bem como gerar um olhar cuidadoso sobre a condiçăo do homem sertanejo em sua mundaneidade semiárida as maneiras pelas quais ele busca pela ‘Convivęncia’ completar sua existęncia em seus contextos de vida de trabalho e de cultura marcados pela semiaridez. Considerou-se que nessa busca pela ressignificaçăo da natureza incorpora-se a ressignificaçăo da identidade territorial sertaneja evocada pelos valores de pertencimento e de enraizamento nas falas nas práticas e nas trocas e intercâmbios de saberes entre comunidades instituiçőes e redes. Nesse processo de valorizaçăo do território semiárido (físico e simbólico-cultural) avaliou-se que a ‘Educaçăo para a Convivęncia’ por meio da contextualizaçăo do saber desempenha um importante papel para o processo de tomada de conscięncia intencional dos sujeitos sobre suas condiçőes de mundaneidade e de geraçăo de um novo olhar para si e para seu contexto (material e imaterial). O estudo permitiu avaliar que a ‘Convivęncia’ enquanto um rizoma abre percursos para a construçăo de um novo naturalismo uma vez que promove por meio da contextualizaçăo do saber existente nos diversos programas e práticas (desenvolvidos pelas ONGs redes cooperativas e associaçőes tais como captaçăo das águas da chuva em cisternas diferentes usos da biodiversidade da Caatinga luta pelas terras coletivas de fundo de pasto etc.). Há em formaçăo uma concepçăo construtivista da natureza semiárida que passa a ser concebida pelos sertanejos e sertanejas pela sua própria dinâmica ambiental em seus limites e possibilidades e que portanto a seca năo deve ser combatida como foram as açőes e intervençőes públicas denominadas de ‘combate ŕ seca’. As açőes e intervençőes sócio-técnicas da ‘convivęncia’ tendo em vista o bom uso dos recursos naturais e a ética da prudęncia (o guardar) tęm promovido a leitura de Semiárido como um território complexo e multidimensional e por sua vez gerado a construçăo de novas territorialidades.
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Abstract
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Palavras Chave
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NATUREZA SEMIÁRIDA
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MUNDANEIDADE
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CONVIVĘNCIA
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Key Words
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Tipo
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DOUTORADO
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Universidade
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FUNDAÇĂO UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
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Data
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2010
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Páginas
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349
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Localização
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UFS E NPGEO
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Orientador
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MARIA GERALDA DE ALMEIDA
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Programa
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GEOGRAFIA
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Sigla Universidade
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FUFSE
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Área de Concentração
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Língua
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Português
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email
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