O Espaço Agrário da Ovinocaprinocultura no Sertăo Noroeste de Sergipe no período de 1980 a 2003
Item
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Título
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O Espaço Agrário da Ovinocaprinocultura no Sertăo Noroeste de Sergipe no período de 1980 a 2003
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lista de autores
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VOLNANDY DE ARAGĂO BRITO
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Resumo
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A pesquisa permitiu identificar os fatores potenciais e restritivos da ovinocaprinocultura no Sertăo Noroeste Sergipano enfatizando a questăo agrária produçăo clima vegetaçăo assistęncia técnica manejo e comercializaçăo. Ao se investigar a organizaçăo do espaço agrário no Sertăo Noroeste Sergipano privilegiou-se a evoluçăo das formas de ocupaçăo do espaço. Nesse processo de organizaçăo/reorganizaçăo do espaço agrário por parte do capital algumas consideraçőes foram esboçadas fruto das reflexőes ŕ luz dos dados e informaçőes obtidos no decorrer da pesquisa. O processo histórico de ocupaçăo do semi-árido com a pecuária priorizou a formaçăo de fazendas e a crescente concentraçăo de terra acarretando a sobrevivęncia da pequena agricultura refém do clima das políticas públicas e dos latifundiários. Neste contexto ocorreu também maior entrelaçamento entre o campo e a cidade acentuando-se as suas relaçőes pela integraçăo entre os setores agrícola e industrial. A exploraçăo de ovinos e caprinos na regiăo do Sertăo Noroeste Sergipano é uma opçăo viável e economicamente lucrativa para pequenos médios grandes produtores e agricultores familiares desde que sejam adotadas as tecnologias adequadas e haja integraçăo entre os subsistemas da cadeia produtiva. É uma atividade que năo exige altos investimentos em infraestrutura e na aquisiçăo dos animais além de apresentar rápido retorno do capital investido. A ovinocaprinocultura nesta regiăo acontece de forma complementar. Os sertanejos vęem essa atividade como um fator primordial na sua unidade familiar. É necessário um trabalho de conscientizaçăo dessa criaçăo junto aos sertanejos para que se demonstre quăo importante é a introduçăo desses animais na geraçăo de renda e na melhoria da qualidade de vida. A forma como tem ocorrido a territorializaçăo dos produtores no Sertăo Noroeste Sergipano é através da caprinocultura de leite pela importância sócio-econômica da atividade no município de Nossa Senhora da Glória. O crescimento da pecuária leiteira através da modernizaçăo da agricultura representou também uma ameaça para as culturas de subsistęncia que estăo sob a responsabilidade dos menores estabelecimentos. Assim a expansăo capitalista no Sertăo Noroeste Sergipano provocou no espaço agrário uma maximizaçăo da atividade pecuária leiteira em detrimento do cultivo culminando na concentraçăo e minifundizaçăo da terra e posterior expulsăo do trabalhador do meio rural pelo estabelecimento de novas relaçőes de produçăo. Ficou claro que a maioria dos entrevistados considera o sertăo noroeste como uma área promissora para a ovinocaprinocultura onde faltam políticas estruturais para viabilizar o seu crescimento econômico e social e que o estado de Sergipe parece conhecer mais os problemas do que as potencialidades do sertăo. A ovinocaprinocultura poderá se constituir numa soluçăo viável desde que esse pequeno produtor busque a modernizaçăo da sua produçăo viabilizando-a técnica e economicamente através de uma maior eficięncia produtiva gerencial e organizacional e também levem em conta a dificuldade em competir num mercado cada vez mais globalizado. Outro fator importante no Sertăo Noroeste Sergipano é a disputa pela água com importantes limitantes ao crescimento e desenvolvimento da regiăo baixa e a comercializaçăo. A água é um dos bens mais preciosos no Sertăo Noroeste no entanto adquiri-lo no campo é mais caro que na cidade. A água é um elemento determinante na vida do sertanejo. A concentraçăo pluvial reduzida entre tręs e cinco meses (período de abril a julho) e as altas temperaturas desfavorecem o armazenamento de água na regiăo. No entanto alimentos a exemplo da palma forrageira constituem uma importante dieta alimentar do rebanho em especial ovino e bovino pois suportam os maiores rigores da estiagem. O clima característico do Sertăo Noroeste pode ser considerado por um lado como uma potencialidade pois permite a criaçăo de ovinos e caprinos adaptados ŕ regiăo. A convivęncia do sertanejo com a seca faz dele um conhecedor potencial das condiçőes climáticas como dias de chuvas ou quentes anos de secas ou chuvosas sem grande rigor científico no entanto com resultados valiosos. A vegetaçăo por ser bastante diversificada possibilita a existęncia de espécies medicinais favorecendo a geraçăo de renda bem como a presença de plantas nativas como frutas exóticas e o aproveitamento de algumas espécies para a alimentaçăo animal. No Sertăo Noroeste Sergipano o desmatamento excessivo de caatingas e matas ribeirinhas que provocam problemas como: a acentuaçăo das condiçőes de semi-aridez o quase desaparecimento de cursos de água a salinizaçăo da água e do solo erosăo e aumento da intensidade dos ventos. A caprinocultura é de fato uma atividade com muita potencialidade mas seu desenvolvimento encontra-se em grande medida obstaculizado pelo grau de degradaçăo ambiental. Requerem-se portanto açőes voltadas ŕ recuperaçăo da caatinga para aí entăo dimensionar políticas de apoio e desenvolvimento a caprinocultura. No caso da ovinocultura a situaçăo é diferente pois existe uma maior aceitaçăo dessa criaçăo que vem tendo um expressivo crescimento. As políticas públicas tęm conseguido efetividade na criaçăo dos ovinos e caprinos contudo como visto a maior parte dessas criaçőes năo tęm conseguido ao longo do tempo continuar atuando dentro dos padrőes esperados. Uma das maneiras de proporcionar a sustentabilidade dos criadores é o fortalecimento pelo estado do segmento de assistęncia técnica disponibilizando tecnologias apropriada de produçăo gestăo e orientaçăo técnica para esses empreendimentos. A cooperaçăo é vista pelas políticas públicas como uma alternativa para o desenvolvimento dos agricultores e desta forma tęm estimulado esses produtores rurais a atuarem em organizaçőes associativas. Com referęncia aos ovinos foi dada prioridade ŕ raça Santa Inęs em virtude da sua perfeita adaptaçăo ŕs condiçőes ecológicas de Sergipe. Na pesquisa de campo 50% dos beneficiários năo repassarăo a outros produtores inscritos e em igual número de animais recebidos. A criaçăo de caprinos e ovinos é uma atividade econômica e socialmente viável desde que os produtores operem com uma lógica de empresariamento que visem sempre ŕ maximizaçăo do lucro na exploraçăo. Complementando as açőes visando ŕ inserçăo dos produtores e agricultores familiares ao mercado deverăo explorar em pequena escala que possam minimizar as necessidades de subsistęncia das famílias. Os aumentos na produçăo e na produtividade colocarăo a ovinocaprinocultura nordestina em condiçőes de igualdade com outras atividades pecuária mais competitiva. No entanto deve-se deixar claro que esta atividade năo é năo pode e năo deve ser encarada como de alta e fácil lucratividade mas uma excelente alternativa de renda principalmente para os pequenos e médios produtores rurais nordestinos desde que seja bem planejada e executada. A ovinocaprinocultura é uma atividade que vem despontando gradativamente com o interesse das autoridades e tendo em vista o sertăo noroeste possuir todas as condiçőes ideais para o seu desenvolvimento. Acreditamos que num médio espaço de tempo ocupará um lugar de destaque dentro da economia local regional e nacional precisando para isso disseminar técnicas mais modernas de manejo e de trato de seus produtos. É preciso ter em mente que as dificuldades para implementar a ovinocaprinocultura é estimular a capacitaçăo dos produtores e técnicos na elaboraçăo dos planos de negócios para a construçăo do espaço geográfico desejado conscientemente ou năo pela maioria. Com exemplo: onde cria uma vaca de leite pode criar de 08 a 10 matrizes ovinas ou caprinas e o ciclo reprodutivo curto apresentando um a tręs cordeiros por parto.
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Abstract
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Palavras Chave
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OVINOCAPRINOCULTURA
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ESPAÇO AGRÁRIO
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NOROESTE DE SERGIPE
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Key Words
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Tipo
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MESTRADO
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Universidade
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FUNDAÇĂO UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
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Data
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2006
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Páginas
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189
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Localização
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BICEN E NPGEO
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Orientador
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ANA VIRGÍNIA COSTA DE MENEZES
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Programa
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GEOGRAFIA
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Sigla Universidade
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FUFSE
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Área de Concentração
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Língua
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Português
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email
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