O BANCO E BRANCO O DINHEIRO E NEGRO: GEOPOLÍTICA BRASILEIRA DO FINANCIAMENTO DO BNDESPARA ODEBRECTH EM ANGOLA

Item

Título
O BANCO E BRANCO O DINHEIRO E NEGRO: GEOPOLÍTICA BRASILEIRA DO FINANCIAMENTO DO BNDESPARA ODEBRECTH EM ANGOLA
Revista Eletrônica: Tempo - Técnica - Território / Eletronic Magazine: Time - Technique - Territory
IPEA
Autor
Fernanda Lira Goes
Assunto
Financiamento do BNDES
Geopolítica brasileira
Odebrecht em Angola
Racismo
Abstract
Enquanto vivemos em um país segregado pelo racismo, entendo por
premissa ampliar e aprofundar os debates sobre as desigualdades resultantes da
discriminação e do preconceito racial. O tema deste trabalho propõe-se a criticar o
território do dinheiro, como consequência da intervenção da geopolítica brasileira por
meio do estímulo de um banco público às ações da grande empresa com fins de
acúmulo de capital. O objetivo pressupõe analisar as relações de poder vinculadas à
geopolítica brasileira do financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES) para Odebrecht em Angola. Para tanto, as análises se
estabelecem em três escalas. A primeira, cujo método de reflexão está posto em Franz
Fanon, por meio da percepção de que sem uma transformação, o sistema de
colonização, de dominação, de subordinação permanece por meio de uma substituição
de elites que negociam a exploração da natureza, e, portanto, das pessoas, por interesses
imputados ao território. Torna-se estratégico estar em posição de liderança na
reconstrução de países destruídos por conflitos, como guerras civis, somente naqueles
que há benefícios estratégicos, petróleo, gás, minérios. Em Milton Santos, o método
considera o território usado, o território do dinheiro, da globalização perversa, como
categorias de análise nas quais a experiência de opressão e racismo vividos pelo sujeito
é, sim, o problema importante no pensamento da disputa de poder. A segunda, a política
externa africanista executou uma reprodução de geopolítica do Brasil para África,
especialmente em Angola. Por meio da substituição de uma elite colonizadora por outra
dominadora, há uma continuidade da exploração da natureza em benefício de um grupo
específico. Se os períodos de afastamento entre Brasil e África fortaleceram o discurso
racista referente ao continente, a reaproximação após 2003 reproduziu a política externa
tradicionalmente executada por nações colonizadoras vindas do hemisfério Norte.
volume
6
issue
2
Páginas
72-95
Date
2015
título curto
1
O BANCO E BRANCO O DINHEIRO E NEGRO
Língua
pt
issn
2177-4366
Rights
Copyright (c)