A RETERRITORIALIZAÇÃO DA FESTA CAMPINENSE: UM OLHAR PARA A CIVILIDADE DO BALANÇA CAMPINA, EM CAMPINA GRANDE – PB

Item

Título
A RETERRITORIALIZAÇÃO DA FESTA CAMPINENSE: UM OLHAR PARA A CIVILIDADE DO BALANÇA CAMPINA, EM CAMPINA GRANDE – PB
Revista de Geografia (Recife) - ISSN: 0104-5490
UFPE
Autor
Francisco Denílson Santos de Lima
Alcindo José de Sá
Assunto
Campina Grande
barbárie
civilidade
festa
territorialidade
Abstract
Vivenciamos na sociedade contemporânea um mundo caótico, onde a civilidade é cada dia mais esquecida. Distanciamos-nos de um movimento marcante em direção ao ser humano, à medida que a solidariedade, a moral, a ética e a cidadania são relegadas. Eventos fortemente divulgados pela mídia são alguns dos exemplos. O Balança Campina, que substituiu a Micarande em Campina Grande ano passado, reafirmou em sua primeira edição tais caracteres. O capital empresarial, com o apoio do poder público, promove a festa em espaços públicos, porém, com acesso restrito aos foliões pagantes. Nesse novo modelo, grades de ferro substituem as cordas, não só dificultando o acesso, como, também, impedindo os que não podem pagar de transitarem no espaço. A festa tem sua constituição interior baseada em separação de classes, de acordo com o poder aquisitivo de cada folião. Dois blocos, os foliões VIP’S e os foliões Pista, se separam por grandes baixas sob o comando de seguranças contratados pela organização. Dessa forma, o espaço da festa é contaminado por um aterrorizado déficit democrático. É uma espécie de guerra bárbara, fruto da carência de normas e princípios de legalidade a quem se recorrer, já que o poder público apóia esse tipo de festa. Assim, pretendemos, nesse artigo, analisar o Balança Campina e suas formas de acesso e participação, bem como o conteúdo de sua civilidade e relaciona-lo à Micarande e seu modelo. Para isso, foi realizada uma revisão bibliográfica, pesquisa “in loco”, aplicação de entrevistas e questionários com os foliões e com a organização do evento, como também um registro fotográfico. Considera-se que o evento é constituído de territorialidades, cujo elemento principal é o dinheiro, o qual é o grande divisor de grupos e empecilho na participação dos desprovidos. A liberdade e a imobilidade se confundem e se contradizem nos espaços da festa; marcadas por relações de poder e repletas de códigos, signos e significados, porém sem normas civilizadas.
volume
26
issue
3
Páginas
65-78
Date
2009
Língua
pt
issn
2238-6211
título curto
A RETERRITORIALIZAÇÃO DA FESTA CAMPINENSE
Rights
Direitos autorais