UBUNTU: eu sou porque nós somos – desafios para a luta das mulheres rurais por políticas públicas pós-golpe 2016

Item

Título
UBUNTU: eu sou porque nós somos – desafios para a luta das mulheres rurais por políticas públicas pós-golpe 2016
OKARA: Geografia em debate
UFG
Autor
Karla Emmanuela Ribeiro Hora
Assunto
Brasil
Golpe de Estado
mulheres rurais
políticas públicas
Abstract
Este texto tem por objetivo refletir sobre as políticas públicas para as mulheres rurais num contexto de golpe político, midiático e judiciário pelo qual o Brasil passa desde 2016. Para tal, apoia-se nas correntes críticas dos estudos de relações de gênero e feminismo e aborda parte da experiência vivenciada na extinta Diretoria de Políticas para Mulheres Rurais (DPMR), no extinto Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), descrevendo as preocupações e enfoques adotados nos processos de elaboração de políticas públicas de promoção da igualdade de gênero no meio rural. Num cenário de golpe político e institucional, vê-se que as políticas para mulheres em geral e para as mulheres rurais em particular, perdem espaço na nova plataforma de governo, que é representada pela retomada de uma agenda neoliberal na qual o papel da mulher é visto como secundário em relação à sociedade e à economia. Para demonstrar isso, o texto recupera notícias de jornais (on-line) por meio de link dos sites em que foram destacados, procurando apresentar os discursos e as narrativas, ora em curso, que reforçam os estereótipos de gênero. As conclusões indicam a necessidade de novas formas de resistência e resiliência, tendo em vista o que ocorre nas academias, nas mídias alternativas, nos encontros de formação e mobilização e, principalmente, nos diferentes espaços de discussão sobre a agroecologia. Além disso, reafirmar a importância do debate sobre igualdade entre homens e mulheres, direitos humanos e direitos sexuais e reprodutivos torna-se, mais do que nunca, uma bandeira de luta, no sentido de afirmação da vida e da igualdade. Tem-se como fundamentais as manifestações em combate às diferentes formas de violência contra as mulheres que ora se apresentam de maneira desnudada face à sensação de impunidade e condescendência. Ubuntu, expressão de origem africana, tem sido recuperada no sentido de afirmação da nossa alteridade em relação ao outro: eu sou porque somos; constituindo-se num quase mantra para os tempos de golpe.
volume
12
issue
2
Páginas
434-466
Date
2018
Língua
pt-BR
doi
10.22478/ufpb.1982-3878.2018v12n2.41325
issn
1982-3878
título curto
UBUNTU
Rights
Direitos autorais 2018 OKARA: Geografia em debate