Espaço oculto e reconhecimento ausente em "Caché" de Michael Haneke

Item

Título
Espaço oculto e reconhecimento ausente em "Caché" de Michael Haneke
Boletim Gaúcho de Geografia
UFGD
Autor
Jones Dari Goettert
Assunto
Espaço oculto
cotidiano
Abstract
Com base no filme “Caché”, de Michael Haneke, desenvolvemos aqui a idéia de “espaço oculto”: o espaço parte das relações cotidianas em cada lugar, em cada tempo e de cada pessoa, grupo, comunidade, sociedade, mundo, mas que deve ser “escondido” como condição de instauração de relações de hegemonia e subalternidade – um espaço cotidiano de poder. Como “síntese” das relações temporais e das relações espaciais, o cotidiano é sempre “soma/subtração” de relações na medida em que simultaneamente mostra e escondesituações e condições sociais, ao mesmo tempo em que é sempre “síntese inconclusa” porque se fazendo-desfazendo-refazendo continuamente. Como parte dos processos de identificação e de diferenciação, o “espaço oculto” também “se manifesta” como espaço de não-reconhecimento do Outro, tornando invisíveis ou escondidos os seus espaços (e os próprios sujeitos) como condição de dominação sobre pessoas, grupos, etnias e classes sociais. Em Caché, o espaço oculto é condição para a existência de Georges, intelectual e literato – metáfora da Modernidade –, que para se fazer precisa ocultar sua inumanidade.
volume
38
issue
1-2
Date
2011
Língua
pt
issn
2357-9447
Rights
Direitos autorais