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Título
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OS NOVOS ENFOQUES DA GEOGRAFIA COM O APOIO DAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA
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Revista do Departamento de Geografia
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USP
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Autor
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Reinaldo Paul Pérez Machado
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Assunto
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Geografia Humana
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cartografia digital
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geografia qualitativa
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geografia quantitativa
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mapas mentais
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Abstract
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Tratou-se neste artigo de relevar o papel da Cartografia e das formas de analisar e
representar o espaço, através de métodos qualitativos e quantitativos. Foram consideradas, em
especial, as novas tendências e desafios das Tecnologias da Informação Geográfica, diante dos
principais paradigmas que estão em foco no debate atual na Geografia. A partir do trabalho de
Kuhn, em 1970, muitos geógrafos e estudiosos da evolução do pensamento geográfico aplicaram o
modelo da mudança de paradigmas ao desenvolvimento conceitual desta ciência. No entanto,
analisando a evolução da Geografia do século XX e início do XXI, tem-se observado certa
regularidade de mudanças paradigmáticas entre os chamados “períodos de desenvolvimento da
ciência normal”, com ciclos de duração entre 20 e 25 anos (Buzai, 1999). Mas também se verificou
que em nenhum momento um paradigma eliminava por completo o anterior, mas o deslocava no
tempo. Assim vemos o atual ressurgimento da Geografia Quantitativa, com uma quantidade
expressiva de trabalhos e novas propostas de cálculo, análise e modelagem temática complexa,
derivadas do impacto que têm exercido as tecnologias da informação neste campo, o que há dado
lugar às denominadas Tecnologias da Informação Geográfica, ou Geotecnologias. No entanto,
também se percebe a presencia ativa do chamado Paradigma Humanista, mediante o qual se tem
construído uma visão espacial alternativa e independente, seguindo certos fundamentos iniciais, a
partir dos estudos culturais de vertentes geográfico-antropológicas (Sauer, 1925, 1927, 1963), e
daqueles outros relacionados com os mapas mentais urbanos (Cauvin, 2002; Strauss, 1987; Lynch,
1960). Aqui, a Geografia Humana centra seu foco na relação do mundo interior com o mundo
exterior do ser humano, tais como a percepção, as atitudes e a valoração do meio geográfico.
Neste sentido, foram analisados diferentes exemplos de aplicações dos SIG diante de uma série de
problemáticas territoriais cujos propósitos, estratégias de investigação e conhecimento obtidos se
agrupam dentro do reforço do paradigma quantitativo e também na construção de modelos
qualitativos, mapas mentais, participativos e colaborativos, dentro do Paradigma Humanista.
Estas aplicações mostraram, em geral, opções de soluções aplicadas, com base no
desenvolvimento tecnológico e na Geografia atual, como disciplina central. Embora os Sistemas de
Informação Geográfica, isoladamente, não sejam considerados como parte da Ciência da
Informação Geográfica (Capel, 2005), o desenvolvimento recente (e crescente) das Tecnologias da
Informação Geográfica indica que sim, está acontecendo uma mudança paradigmática, que
levará, através do estabelecimento de fundamentos teóricos, conceituais e ontológicos profundos,
à consolidação da Ciência da Informação Geográfica. O desenvolvimento deste processo
beneficiará incontestavelmente, todas as expressões do conhecimento geográfico,
independentemente de ter ênfase maior nos aspectos físicos ou humanos.
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Páginas
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203-241
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Date
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2014
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título curto
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1
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Língua
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pt-BR
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doi
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10.11606/rdg.v0i0.548
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issn
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2236-2878