Novos Espaços e Cotidiano Desigual nas Periferias da Metrópole

Item

Título
Novos Espaços e Cotidiano Desigual nas Periferias da Metrópole
lista de autores
Danilo Volochko
Resumo
A produçăo do espaço na urbanizaçăo contemporânea de Săo Paulo inclui como uma de suas faces a expansăo dos negócios imobiliários em direçăo ŕs periferias metropolitanas a partir da produçăo de um espaço habitacional homogęneo-produtivo que expressa e realiza diversos processos. Entre eles a atualizaçăo das estratégias dos capitais financeiros nacionais e internacionais ligados ŕ sua reproduçăo no urbano o que remete ŕs tentativas por parte do setor imobiliário de superaçăo de barreiras espaciais como a crescente raridade do espaço edificável nas regiőes mais valorizadas tomadas pela propriedade privada do solo. As contradiçőes vindas do espaço disparam uma série de mecanismos postos a resolver tal situaçăo. Procuro analisar neste trabalho o modo como as articulaçőes entre uma financeirizaçăo imobiliária ? representada pela capitalizaçăo das maiores incorporadoras do país via aberturas de capital em bolsa de valores (Bovespa) ? e algumas políticas de governo ? sobretudo o Programa Minha Casa Minha Vida ? buscam ampliar os espaços de reproduçăo capitalista demandando a produçăo de novas espacialidades: os condomínios habitacionais fechados que passam a marcar a paisagem das periferias onde o tecido urbano é fragmentado por terrenos mais ou menos grandes até entăo desvalorizados. O Residencial Valle Verde Cotia ? empreendimento de grande porte localizado na cidade de Cotia (Regiăo Metropolitana de Săo Paulo) destinado ŕ moradia de quase 2.500 famílias ? pode situar estes processos nos quais fraçőes sociais compostas por famílias de rendas reduzidas ? que moravam de aluguel ou com parentes em moradias muitas vezes autoconstruídas ? passam a ser capitalizadas pelos financiamentos imobiliários e empurradas para estes espaços. Neles realiza-se uma metamorfose radical da casa da rua do bairro das práticas espaciais e do habitar implicado no acesso a um espaço massificado simétrico e repetitivo edificado nos moldes ditos ?formais/legais? o que coloca estas famílias diante de um possível acesso ŕ propriedade privada do solo. A discussăo que se torna pertinente a partir daí se refere ao reconhecimento da reproduçăo das desigualdades sociais em novos patamares um aumento da base social de reproduçăo capitalista que se resolve na produçăo de um cotidiano desigual em novos espaços que se revelam inclusive em seu conjunto como novas franjas de valorizaçăo/capitalizaçăo imobiliária nas periferias. Esse processo ao mesmo tempo em que inclui alguns certamente também espolia outros os mais pobres entre os empobrecidos que podem ser banidos para espaços cada vez mais distantes. E mesmo aqueles que por ventura efetivem a propriedade năo estarăo livres de uma possível perda de suas casas pois seu endividamento futuro pode apontar esta situaçăo. Observa-se com isso uma agudizaçăo da segregaçăo socioespacial através de novas fragmentaçőes e hierarquizaçőes dos espaços metropolitanos periféricos.
Abstract
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Palavras Chave
PRODUÇĂO DO ESPAÇO
COTIDIANO
HABITAÇĂO
PERIFERIA
FINANCE
Key Words
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Tipo
DOUTORADO
Universidade
UNIVERSIDADE DE SĂO PAULO
Data
2012
Páginas
254
Localização
CAPH FFLCH USP
uri
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Orientador
ANA FANI ALESSANDRI CARLOS
Programa
GEOGRAFIA (GEOGRAFIA HUMANA)
Sigla Universidade
USP
Área de Concentração
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Língua
Português
email
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