Os conteúdos sociais da crise ecológica: a reproduçăo do espaço urbano e a ocupaçăo da Guarapiranga

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Título
Os conteúdos sociais da crise ecológica: a reproduçăo do espaço urbano e a ocupaçăo da Guarapiranga
lista de autores
Frederico Bertoletti
Resumo
O objetivo central do trabalho repousa na tese de que a crise ecológica tem um conteúdo eminentemente social. Para tanto localizamos a problemática da ocupaçăo das áreas de mananciais da represa Guarapiranga na história da produçăo do espaço urbano capitalista na metrópole de Săo Paulo. Realizamos um percurso teórico usando o método regressivo-progressivo como caminho necessário para localizar a problemática dos mananciais no seio dos conteúdos da produçăo do espaço urbano possibilitando destacar os fundamentos processos e contradiçőes sociais obscurecidos pela ótica que representa e reduz a problemática dos mananciais a uma questăo ecológica. Nos dedicamos a entender a natureza desse fenômeno social tentando desvendar os processos sujeitos e contradiçőes que justificaram a formaçăo e expansăo da periferia urbana em todas as direçőes dos extremos da metrópole de Săo Paulo nas últimas décadas essa expansăo vem promovendo a ocupaçăo das áreas do entorno da Guarapiranga. Também nos empenhamos criticamente sobre a representaçăo da crise de abastecimento hídrico na qual buscamos desmistificar a linha de pensamento que responsabiliza os moradores pobres das áreas de mananciais pela crise de abastecimento hídrico. A pesquisa demonstrou que a formaçăo e expansăo da periferia urbana de Săo Paulo foi um dos resultados da industrializaçăo na primeira parte do século XX e manteve-se nas últimas décadas quando a indústria foi perdendo hegemonia como principal pólo indutor da acumulaçăo capitalista na capital paulistana sendo substituída parcialmente pelo setor terciário moderno - capitaneado pelo capital financeiro. O processo de constituiçăo da maior metrópole do país deu-se assentado em relaçőes sociais contraditórias resultando numa urbanizaçăo que năo apenas reforçou as contradiçőes sociais derivadas da introduçăo das relaçőes capitalistas de produçăo como elevou-as a patamares superiores na condiçăo de contradiçőes do espaço. A ocupaçăo das áreas de mananciais utilizadas no abastecimento público na regiăo sul é resultado direto da lógica de acumulaçăo que se consolidou em Săo Paulo promotora da precarizaçăo do trabalho por um lado e da valorizaçăo do espaço por outro resultando na deterioraçăo das condiçőes de vida da classe trabalhadora ao promover a segregaçăo sócio-espacial e a deterioraçăo das condiçőes ambientais da cidade ao forçar grande parte da populaçăo a habitar nas áreas menos valorizadas em boa parte localizadas nas áreas de proteçăo ambiental. A representaçăo hegemônica desse fenômeno reforça uma ideologia que responsabiliza o morador de periferia pela crise de água para o abastecimento público obscurecendo todas as contradiçőes e fundamentos que estăo na base do processo de urbanizaçăo os interesses do setor imobiliário num dos últimos “recantos de natureza” da metrópole e também joga uma “cortina de fumaça” sobre as diferentes estratégias envolvidas na utilizaçăo dos recursos hídricos da bacia do Alto Tietę. A pesquisa revelou que a crise de abastecimento hídrico resulta sobretudo das estratégias do setor energético na bacia da gestăo dos serviços de saneamento básico na metrópole e do estabelecimento da água como mais uma mercadoria a serviço da diferenciaçăo social através do consumo.
Abstract
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Palavras Chave
INDÚSTRIA
PRODUÇĂO
REPRODUÇĂO
PERIFERIA URBANA
MANANCIAI
Key Words
\N
Tipo
MESTRADO
Universidade
UNIVERSIDADE DE SĂO PAULO
Data
2011
Páginas
272
Localização
CAPH-FFLCH
uri
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Orientador
ANA FANI ALESSANDRI CARLOS
Programa
GEOGRAFIA (GEOGRAFIA HUMANA)
Sigla Universidade
USP
Área de Concentração
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Língua
Português
email
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