A reproduçăo das formas de apropriaçăo produtiva da terra pelo trabalho familiar a sudoeste da capital paulista: relaçăo cidade-campo no contexto da urbanizaçăo da cidade de Săo Paulo

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Título
A reproduçăo das formas de apropriaçăo produtiva da terra pelo trabalho familiar a sudoeste da capital paulista: relaçăo cidade-campo no contexto da urbanizaçăo da cidade de Săo Paulo
lista de autores
Giancarlo Livman Frabetti
Resumo
O presente trabalho tem o objetivo de analisar historicamente com base em um caso específico as metamorfoses nas relaçőes cidade-campo em uma área de contigüidade entre essas duas porçőes territoriais. Para alcançar este objetivo abordaremos as transformaçőes no meio rural a sudoeste da atual metrópole paulistana área antigamente conhecida como Sertăo de Santo Amaro . Relaçőes estas dadas sem dúvida conforme as determinaçőes do processo de urbanizaçăo da cidade de Săo Paulo mas ainda envolvendo a reproduçăo de temporalidades diversas irredutíveis ao processo social hegemônico. Temporalidades estas dadas de acordo com as formas de apropriaçăo produtiva da terra pelo trabalho familiar. Com base na compreensăo dos conceitos de produçăo e intercâmbio todos em seu sentido amplo (ou seja năo somente considerando a produçăo de bens materiais mas também espirituais de idéias e valores) analisaremos tręs momentos da relaçăo entre a capital paulista e seu entorno rural considerando-se que no movimento do real as problemáticas de tempos pretéritos năo foram resolvidas e encontram-se reproduzidas sob novos contextos dados pelo surgimento de novas problemáticas sociais hegemônicas. O primeiro momento foi dado quando a cidade de Săo Paulo era um centro de poder colonial e eclesiástico mas năo econômico enquanto em seus arredores rurais predominava a economia do excedente. Sob tal contexto histórico mostraremos como a produçăo por meio da economia doméstica no sertăo de Santo Amaro e as trocas ainda que intersticiais entre a populaçăo caipira e as cidades e vilas do planalto paulista foram fundamentais para a incorporaçăo de trabalho ŕquelas terras ainda năo desbravadas abrindo caminho para sua mercantilizaçăo. Em seguida com urbanizaçăo da capital paulista da capital paulista (dada inicialmente com base na riqueza gerada pela economia agroexportadora do interior) temos o início da chamada suburbanizaçăo dos arredores paulistanos. O segundo momento analisado refere-se portanto ao aprofundamento da divisăo do trabalho entre campo cidade no particular da borda sudoeste da capital paulista: ao antigo sertăo sobrepőe-se o espaço econômico da agricultura voltada fundamentalmente ao abastecimento dos mercados urbanos de Săo Paulo porém uma agricultura ainda baseada em relaçőes năo-capitalistas de produçăo. Houve de fato uma proliferaçăo de pequenas unidades domésticas de produçăo organizadas por conglomerados cooperativistas (cuja origem remete ŕs tradiçőes do modo de vida comunitário da sociedade nipo-brasileira). É fundamental observamos que devido ao aprofundamento das relaçőes mercantis esse trabalho agrícola năo-acapitalista será subsumido pelo processo do capital no momento da circulaçăo de mercadorias de modo que destacaremos o crescente papel dos monopólios sediados na cidade sobre a produçăo e o modo de vida dos camponeses no entorno urbano. Por fim abordaremos a situaçăo de espraiamento urbano em Săo Paulo bem como a tendęncia de polarizaçăo socioeconômica e desagregaçăo de formas comunitárias nessa área de estudo..Todavia concluímos afirmando que a crise do trabalho e o momento crítico da urbanizaçăo contraditoriamente recriam formas diversas de apropriaçăo produtiva da terra baseadas no trabalho familiar nas áreas limítrofes da metrópole. Destacamos em nossa conclusăo a diversidade de temporalidades criadas no interior dessa problemática do espraiamento urbano. Entre essas formas pretéritas temos personificados ainda nos dias de hoje ( e portanto sobre novas bases econômicas e sociais) camponeses proprietários proletários convertidos em camponeses rendeiros comunidades indígenas que encontram em suas reservas o refúgio para a expropriaçăo territorial e para a degradaçăo cultural bem como formas extremas de exploraçăo do trabalho como é o caso dos caseiros que apesar de trabalharem sem receber salário algum tęm certa garantia de habitaçăo e ainda usam porçőes de terra para obterem diretamente meios sobrevivęncia.
Abstract
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Palavras Chave
RELAÇĂO CIDADE
CAMPO
ENTORNO RURAL METROPOLITANO
Key Words
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Tipo
MESTRADO
Universidade
UNIVERSIDADE DE SĂO PAULO
Data
2008
Páginas
238
Localização
CAPH-FFLCH-USP
uri
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Orientador
JULIO CESAR SUZUKI
Programa
GEOGRAFIA (GEOGRAFIA HUMANA)
Sigla Universidade
USP
Área de Concentração
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Língua
Português
email
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