Funcionamento hídrico e suscetibilidade erosiva de um sistema pedológico constituídi por Latossolo e Argissolo no município de Cidade Gaúcha-PR

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Título
Funcionamento hídrico e suscetibilidade erosiva de um sistema pedológico constituídi por Latossolo e Argissolo no município de Cidade Gaúcha-PR
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José Edézio da Cunha
Resumo
O conhecimento integrado do meio físico em particular dos solos tanto das suas características como do seu funcionamento vem sendo indicado por muitos pesquisadores como imprescindível para a melhoria e adequaçăo das propostas de controle preventivo e/ou corretivo dos processos erosivos já que suas açőes devem permitir de maneira adequada e segura a sua correta ocupaçăo e manejo através e sobretudo do planejamento integrado de uso de seus recursos. Nesse contexto definiu-se como principal objetivo da pesquisa caracterizar o funcionamento hídrico do sistema pedológico “Campus do Arenito” localizado na fazenda experimental da Universidade Estadual de Maringá do município de Cidade Gaúcha Noroeste do Estado do Paraná e a identificaçăo dos parâmetros responsáveis pelo processo de distribuiçăo de matéria tanto em superfície como em subsuperfície. Parte-se do pressuposto que a dinâmica desses processos podem contribuir para a evoluçăo morfopedológica atual da vertente bem como para compreender em que medida e por que condicionam e dăo início ŕ instalaçăo dos processos erosivos laminares. Para tanto a pesquisa desenvolveu-se a partir de uma abordagem morfológica detalhada do sistema pedológico constituído por Latossolo Vermelho/Argissolo Vermelho de montante para jusante onde se procedeu ŕ descriçăo macro e micromorfológica a realizaçăo de ensaios e o monitoramento físico-hídrico dos fluxos com ęnfase no registro em campo de dados de tensiometria infiltrometria e dos ensaios com simulador de chuva com vistas a estabelecer os parâmetros a serem considerados no planejamento de uso e ocupaçăo das terras. As observaçőes macro e micromorfológicas indicam que se trata de um sistema pedológico em processo de transformaçăo lateral de cobertura latossólica em argissólica. A partir da média vertente até a baixa vertente aparece o horizonte Bt no interior do horizonte Bw resultante da transformaçăo lateral e vertical deste. A montante o horizonte Bt se individualiza aparentemente por adensamento do Bw gerando estruturas em blocos sem contudo apresentar ganhos em argila enquanto que no horizonte de transiçăo acima está ocorrendo eluviaçăo desta. Na baixa vertente entretanto é mais evidente a participaçăo de processos e-iluviais na formaçăo do Bt ainda como transformaçăo do Bw já que restos dele aparecem abaixo do Bt. A jusante no sopé da vertente o horizonte Bt está diretamente assentado sobre o C e abaixo de um AE pouco expressivo o que faz supor que a sua origem seja litodependente. Assim a evoluçăo desse sistema pode estar condicionada de um lado ŕs transformaçőes laterais da cobertura latossólica em argissólica do topo até a baixa vertente. No sopé entretanto há evidęncias morfológicas da geraçăo do argissolo a partir da pedogęnese direta sobre o material do arenito Caiuá provavelmente em decorręncia de um reentalhe da vertente que pode ter sido provocado por um aprofundamento do talvegue do córrego Ipiranga em resposta ŕs últimas oscilaçőes climáticas do Quaternário.Por outro lado em superfície a organizaçăo do horizonte Ap as variaçőes de espessura ou mais especificamente a reduçăo da espessura no setor de baixa vertente e sopé devem estar relacionadas ŕs formas de uso e manejo agrícola e ŕ incidęncia de processos erosivos superficiais (laminares). As características físicas da cobertura pedológica indicam condiçőes de alta instabilidade para os horizontes superiores principalmente na cobertura latossólica onde foram registrados altos graus de dispersăo de argila associados a ocorręncia de cutăs argilo-ferruginosos de iluviaçăo. A colmataçăo da porosidade pelos cutăs e o imbricamento dos grăos do esqueleto geram um adensamento desses horizontes superiores (Ap AB e/ou BA) e uma diminuiçăo da porosidade total que se traduzem em reduçăo da condutividade hidráulica. Assim a circulaçăo hídrica vertical sofre um bloqueio próximo ŕ superfície e em decorręncia se instalam fluxos hídricos laterais já a partir do topo da vertente. A dinâmica hídrica da cobertura latossólica é desta forma marcada por um comportamento distinto desses horizontes superiores em relaçăo aos inferiores (Bw). Os horizontes Ap AB e/ou BA exibem ao longo do tempo uma alternância de condiçőes de umidade ora mais úmidos ora mais secos em resposta a distribuiçăo e intensidade das chuvas. Em profundidade no Bw as condiçőes hídricas dependem da movimentaçăo da água vertical e lateral năo respondendo portanto diretamente ŕs variaçőes atmosféricas como na superfície. Na cobertura argissólica o bloqueio da drenagem vertical ocorre no topo do Bt gerando acima (horizonte AE) uma zona mais constantemente úmida. De um modo geral os horizontes superficiais dos argissolos năo apresentam as alternâncias de umedecimento e secamento verificadas nos latossolos permanecem sempre mais úmidos do que aqueles em funçăo dos fluxos hídricos laterais que chegam de montante...O escoamento superficial se forma mais cedo e é também mais volumoso sobre a cobertura latossólica do que sobre a argissólica em virtude do bloqueio da infiltraçăo vertical da água próximo ŕ superfície. Mas apesar de mais tardio e menos volumoso o escoamento superficial sobre o argissolo apresenta maior potencial erosivo. Essa diferença de comportamento face ŕ erosăo é explicada pela diferença de velocidade dos fluxos hídricos superficiais e subsuperficiais que se estabelecem estando as taxas maiores de perdas de solo associadas aos fluxos mais rápidos. Ainda no argissolo em condiçőes de ambiente saturado e com geraçăo de fluxo subsuperficial lateral que se instala no horizonte AE é de se esperar uma fragilidade maior desse material superficial empobrecido em argila envolvido simultaneamente em dois fluxos: um em superfície e outro em subsuperfície.
Abstract
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Palavras Chave
PEDOLOGIA
COMPORTAMENTO HÍDRICO E EROSIVO
ARGISSOLO
Key Words
\N
Tipo
DOUTORADO
Universidade
UNIVERSIDADE DE SĂO PAULO
Data
2002
Páginas
175
Localização
CAPH-USP
uri
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Orientador
SELMA SIMOES DE CASTRO
Programa
GEOGRAFIA (GEOGRAFIA FÍSICA)
Sigla Universidade
USP
Área de Concentração
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Língua
Português
email
edezio@unioeste.br