A TERRITORIALIZAÇÃO DO CAPITAL E AS RELAÇÕES CAMPONESAS DE PRODUÇÃO / THE TERRITORIAL MANIFESTATION AND THE CAPITAL IN THE RELATIONSHIPS PRODUCTION FARMERS
Resumo
Condicionantes políticos e históricos engendram a ocupação e
posse da terra por grupos oligárquicos e a emergência dos movimentos
sociais de luta pela terra no Brasil. Verifica-se o monopólio da terra
pelo capitalista, expulsando e/ou subordinando o camponês aos interesses
do capital. Quanto mais se expande o capital, ampliam-se as demandas
pela obtenção de capital, aumentando a subordinação e, conseqüentemente,
a expropriação camponesa. Como resultado, a concentração fundiária e de
renda caracterizam a questão agrária no Brasil. Desterritorializa-se a
agricultura familiar, frente às demandas do capital, com vistas à
produção orientada pela agroindústria e/ou passível de ser exportada. Os
incentivos governamentais que impulsionaram a modernização da
agricultura brasileira são relativamente recentes e privilegiaram os
latifundiários. Na medida em que se intensifica a modernização
capitalista, vem sendo consolidada, no meio rural brasileiro, uma
situação de exclusão social, fundamentada na grande propriedade de
terras, seja pela expropriação e assalariamento do camponês, seja pela
favelização na periferia dos centros urbanos.