Diagnóstico da Precipitação e EVI em Dois Eventos de Seca no Nordeste do Brasil

Washington Luiz Félix Correia Filho; Tatiana Vanessa dos Santos; Anacleto Marito Diogo; Ricardo Ferrreira Carlos de Amorim

doi:10.11606/rdg.v35i0.140068

Washington Luiz Félix Correia Filho
Tatiana Vanessa dos Santos Universidade Federal de Alagoas/Instituto de Ciências Atmosféricas
Anacleto Marito Diogo Universidade Federal de Alagoas/Instituto de Ciências Atmosféricas
Ricardo Ferrreira Carlos de Amorim Universidade Federal de Alagoas/ Instituto de Ciências Atmosféricas

DOI: https://doi.org/10.11606/rdg.v35i0.140068

Palavras-chave: Semiárido, Ciclone Tropical, ZCAS, ENOS

Resumo

A resposta da vegetação é um dos indicadores utilizados na avaliação da dinâmica da Seca no Nordeste do Brasil (NEB), muito recorrente nos últimos vinte anos. Neste trabalho, o objetivo geral foi diagnosticar a precipitação e Enhanced Vegetation Index (EVI) em dois eventos de seca no NEB. Foram utilizados dados de acumulados mensais de precipitação e de EVI mensal, durante os anos de 2011-2012 (La Niña) e 2015-2016 (El Niño), para avaliar estes eventos de seca. No La Niña de 2011-2012, o padrão anômalo no Oceano Atlântico Tropical favoreceu a irregularidade e nos baixos índices de precipitação sobre o NEB. Este efeito é constatado principalmente no Semiárido, com valores de precipitação inferiores a 25 mm.mês^-1. O EVI apontou diminuição na perda de biomassa entre os meses de março a setembro nessa região, com valores inferiores a 0,3, provocados pela estiagem. Durante o El Niño de 2015-2016, houve um acréscimo sutil na precipitação em relação ao La Niña de 2011-2012, principalmente no mês de janeiro. Em janeiro, os sistemas frontais desprendidos da Zona de Convergência do Atlântico Sul, e também, de uma tempestade tropical contribuíram para precipitação expressiva na região, em especial no Semiárido, que registrou valores superiores a 350mm. Esta precipitação contribuiu para o aumento do teor vegetativo nesse período, com valores de EVI entre 0,2 a 0,5, que minimizou os efeitos da seca. Concluiu-se que os dois eventos apresentaram forte irregularidade na precipitação que resultou na expansão e agravamento das estiagens, principalmente no Semiárido.

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Biografia do Autor

Washington Luiz Félix Correia Filho

Doutor em Ciências Climáticas na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (2014), mestre em Meteorologia pela Universidade Federal de Campina Grande (2010) e bacharel em Meteorologia pela Universidade Federal de Alagoas (2008). Em meteorologia, atua nas áreas de micro e mesoescala, e também em climatologia no aspecto da variabilidade do vento e extremos de precipitação. Além disso, possui experiência em estatística univariada e multivariada, tais como: estatística de precisão e análise multivariada de dados, análise de séries temporais, modelos de regressão linear e múltipla, modelos lineares generalizados e análise de eventos extremos, sendo estes métodos aplicados em variáveis ambientais, principalmente em precipitação, vento e dengue.No caso do vento, o conhecimento está direcionado para análise de variabilidade e regionalização do vento em superfície, e a estimativa do potencial eólico. Além disso, já trabalhou com os modelos climáticos CMIP5 / AR5 no diagnóstico das influências climáticas provocadas pelo ENOS, e de seus efeitos na chuvas do Nordeste do Brasil. Atualmente, atua em modelagem de regressão logística para diagnóstico de surtos de dengue, e simultaneamente, com aquisição e manipulação de dados de satélites ambientais, tais como o MODIS-Aqua e MODIS-Terra para obtenção de dados oceânicos (Clorofila, Turbidez e Carbono Orgânico Dissolvido) e de vegetação (EVI e NDVI).

Tatiana Vanessa dos Santos, Universidade Federal de Alagoas/Instituto de Ciências Atmosféricas

Graduada em Licenciatura Plena em Biologia pela Universidade do Estado da Bahia e Pós-graduada, nível Especialização, em Aquicultura. Atualmente é professora concursada da rede pública Estadual de Alagoas e mestranda em Meteorologia pela Universidade Federal de Alagoas. Tem experiência na área de Educação, Meio Ambiente e Meteorologia com área de interesse em Sensoriamento Remoto.

Anacleto Marito Diogo, Universidade Federal de Alagoas/Instituto de Ciências Atmosféricas

Graduando em Meteorologia na Universidade Federal de Alagoas (2014), com perspectiva de conclusão para 2017 e graduando em Análise e Desenvolvimento de Sistemas na Faculdade Alagoana de Tecnologias (2015), com perspectiva de conclusão para 2017. Tem experiência na área de Geociências, com ênfase em Sensoriamento remoto aplicado, atuando principalmente em processos de superfície terrestre, nos seguintes temas: Análise espaço temporal da fração de cobertura vegetal utilizando dados do sensor SEVIRI/MSG e precipitação na região sul de Angola e análise e previsão dos fenômenos hidrometeorológicos intensos do Leste do Nordeste Brasileiro.

Ricardo Ferrreira Carlos de Amorim, Universidade Federal de Alagoas/ Instituto de Ciências Atmosféricas

Possui graduação em Meteorologia pela Universidade Federal de Alagoas (1991), mestrado em Agronomia (Energia na Agricultura) pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (1995) e doutorado em Agronomia (Energia na Agricultura) pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (1999). Professor Associado da Universidade Federal de Alagoas. Tem experiência na área de Geociências, com ênfase em Meteorologia Aplicada, atuando principalmente nos seguintes temas: precipitação, qualidade de água, reuso de água e água residuária usando biosistema integrado, redes neurais artificiais. Atualmente desenvolve trabalho na area de modelagem de mesoescala (WRF, MM5).