A VIOLÊNCIA NO CAMPO BRASILEIRO EM TEMPOS DE GOLPE E A ACUMULAÇÃO PRIMITIVA DE CAPITAL
Resumo
A violência histórica no campo brasileiro pode ser entendida a
partir de duas dimensões que ajudam, também, a explicar essa espiral de
violência nos últimos anos, quais sejam: a violência estrutural
característica do modo de produção capitalista, que é tomada como "uma
potência econômico" por Marx, e as especificidades do capitalismo
brasileiro, herdadas, basicamente, do passado colonial. Nesse momento da
história brasileira, o golpe político-parlamentar/jurídico/midiático de
2016 e a intensificação da violência contra homens e mulheres do campo
aparecem como irmãos siameses para privatização de terras e apropriação
dos bens da natureza para a expansão do capital agronegócio. Essa
irmandade intensificou um processo centenário de acumulação de capital
que é o da "acumulação primitiva", o qual Harvey (2003) tenta dar
contornos mais contemporâneos ao propor a teoria da "acumulação por
espoliação”. Longe de ser um retorno ao passado, a acumulação primitiva
de capital está presente ao longo de toda a história do capitalismo e de
toda a história da formação social e territorial do Brasil.
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PDFDOI: https://doi.org/10.22478/ufpb.1982-3878.2018v12n2.41315
ISSN: 1982-3878




