Produtor familiar e a monopolização do território pelo capital industrial
Resumo
Este trabalho faz uma análise de um estudo de caso sobre a
avicultura para entender as relações mantidas entre o produtor e a
indústria no processo de monopolização do território pelo capital
industrial monopolista. Para tanto, conta com uma pequena consideração
teórica onde se coloca a linha de pensamento adotada – a da renda da
terra. Preocupamo-nos neste estudo com o pequeno produtor familiar que
mesmo sob a intensa tecnificação do campo e com perspectivas de serem
expropriados pelo capital industrial e financeiro tem sobrevivido nos
últimos 30 anos. Por outro lado, vale salientar que esse pequeno
produtor familiar encontrou um meio alternativo para a sua permanência
no campo se subordinando ao capital industrial que, no caso da
avicultura, passou a trabalhar no chamado sistema de “integração” ou de
parceria agrícola. O capital industrial encontrou um meio de se
apropriar da renda produzida pelo produtor familiar, ou seja, através
das relações de produção não capitalistas, para contraditoriamente fazer
a sua acumulação de capital. Esta relação conta com um produtor que,
para não ser excluído do sistema, aceita, mesmo que insatisfeito, as
inovações tecnológicas que a indústria impõe. Há que se ressaltar que
mesmo nessa relação "perversa" os produtores tem mantido o vínculo com a
empresa uma vez que além de obter uma pequena renda contam também com o
valor agregado oriundo do processo produtivo.
Palavras-chave
Avicultura; Monopolização do território; Capital industrial; Renda da terra; Produtor familiar.
Texto completo:
PDFDOI: http://dx.doi.org/10.5433/2447-1747.2000v9n2p129
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Geografia (Londrina)
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