O crescimento urbano verificado nas últimas décadas no entorno do estuário do Rio Cocó, localizado no município de Fortaleza/CE, promoveu diversas intervenções em sua dinâmica fluvial e no equilíbrio do ecossistema. Logo o trabalho teve por objetivo identificar os efeitos da urbanização no estuário por meio do levantamento de 22 coletas de sedimentos em seu leito, utilizando uma draga de fundo (Van Veen) em 11 estações de coleta pré-estabelecidas. A análise dos sedimentos coletados permitiu o reconhecimento, nas amostras das estações 01, 02, 03, 04 e 09, de resíduos da construção civil, como pedaços de tijolos, de telhas e torrões de cimento e, ainda, lixo e piçarra. O levantamento de dados em campo possibilitou a identificação de diversos impactos negativos promovidos pela urbanização, como: aterramentos do mangue, desmatamento, descarte de lixo e entulho no leito fluvial, descarga de esgoto doméstico e assoreamento do rio. Os resultados apresentados apontaram para a necessidade de um monitoramento sistemático da expansão urbana na área pesquisada para recuperação da mata ciliar, para identificação e controle das cargas poluentes de origem residencial e comercial, para o fomento da educação ambiental, para a ampliação do efetivo de policiais na fiscalização do Parque e para a sua adequação ao Sistema Nacional de Unidade de Conservação (SNUC), conforme a Lei Federal nº 9985 de julho de 2000.

Urbanização. Estuário. Impactos Negativos.