DIFERENCIAÇÃO CAMPONESA NA DEPRESSÃO SERTANEJA SEMI-ÁRIDA DO CEARÁ
Resumo
Analisaram-se os impactos provocados por determinados componentes
do padrão tecnológico adotado pela agricultura brasileira, sobre as
relações sociais de produção em Unidades Familiares (UFs) rurais da
Depressão Sertaneja no semi-árido do Ceará. 96 UFs foram diferenciadas a
partir de dados originais no tocante à composição e produtividade do
fator trabalho e do nível de mecanização. Como resultados sobressaem:
(i) presença da força de trabalho assalariado sazonal, em todas as UFs
rurais, excetuando-se as da Comunidade de Tapera e (ii) a maioria das
UFs apresentaram baixo índice de mecanização. Assim, as UFs de Tapera,
Queimadas e Lustal II se constituíram nas que sofreram menores
transformações internas do trabalho familiar, relacionadas às variáveis
de baixa mecanização, caracterizando-se assim, como camponesas. Essas
UFs podem servir de base para a (re)estruturação de um modelo
alternativo de desenvolvimento, contrário à racionalidade globalizadora.
A alta intensificação de seu fator trabalho, indicando sua máxima
mobilização aliada à baixa dependência da mecanização e importante
presença de jovens, permite vislumbrar que ainda controlam recursos
desse sistema agrário marginal e ameaçado, convidando para sua
restauração e aperfeiçoamento.
Palavras-chave
Campesinato; dinâmica camponesa; semi-árido; Depressão Sertaneja Cearense.
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INDEXAÇÕES E BASES BIBLIOGRÁFICAS