FLORESTA, PARA QUE TE QUERO? DA TERRITORIALIZAÇÃO CAMPONESA A NOVA TERRITORIALIDADE DO CAPITAL
Resumo
Nas últimas três décadas do século XX, no Acre e áreas
circunvizinhas, foram marcadas pela luta sociais na disputa por terras
de trabalho, perante retomada da terra de negócios no âmbito da
fronteira amazônica. A transferência do domínio privado do seringal para
fazendeiros mexia com as condições de territorialização camponesa. Esse
processo de lutas e disputas socioterritoriais passa a ser fortemente
influenciado pelo ambientalismo a partir da década de 1980. As políticas
e estratégias adotadas pelo Estado no sentido de amenizar os conflitos,
produziram quatro modalidades distintas de regularização fundiária: a)
assentamentos agrícolas; b) assentamentos agroextrativistas; c)
assentamentos agroflorestais; d) unidades de conservação. Neste trabalho
estamos buscando analisar as peculiaridades desse “arranjo” perante a
seguinte indagação: qual o significado da incorporação de parte das
demandas do campesinato e das bandeiras dos movimentos ambientalistas no
reordenamento da estrutura fundiária e nas formas de uso da terra nessa
porção do território amazônico? A nossa conclusão é a de que há sim
formas de promoção de acesso a terra de trabalho, mas também de geração
de mecanismos de espoliação e expropriação que mantém a lógica
destrutiva e predatória do capital intocadas.
Palavras-chave
floresta; regularização fundiária; assentamentos; uso do território; Amazônia.
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INDEXAÇÕES E BASES BIBLIOGRÁFICAS