Resumo
O presente trabalho aborda o mapeamento efetuado no período da
expansão das Franjas Pioneiras no Estado de São Paulo. Partimos do
pressuposto de Henri Lefebvre, que traz reflexões importantes do espaço,
considerando-o como produto social, guardando inúmeras multiplicidades,
portanto, resultado dum processo entrelaçado: de prática espacial,
sendo a produção e a reprodução das relações sociais; de representações
do espaço, atreladas ao modo de produção, que amarram as relações
sociais, impondo uma ordem a estas e os espaços de representação,
manifestados por meio dos símbolos das imagens e das significações
próprias dadas ao contexto social. Assim, procuramos trazer para
discussão a ocupação das Frentes Pioneiras concebendo-as como um
conjunto de práticas espaciais, movidas pela internacionalização da
economia capitalista, que almejava novos espaços para acumulação, dessa
maneira, resultado de um movimento de objetivação prática
sócio-espacial, caracterizadas pela derrubada de matas, implantações de
ferrovias, espoliação exacerbada da renda da terra, transformando-se num
espaço de representação conforme Léfèbvre, já que essas áreas se
subordinavam ao grande capital internacional. Dentro desse contexto,
propomos como discussão a relação dessas áreas consideradas pioneiras
com seu processo de mapeamento. Adentrando no fato dos mapas como uma
manifestação de poder, não só político como também econômico, gerando
concepção espacial.