Da valorização do espaço à fragmentação articulada do território urbano: a cidade histórica para além dos limites do tombamento
Resumo
No início do século XXI, Diamantina, um singular enclave territorial da mineração Setecentista, no Brasil, localizada no sertão de Minas Gerais, vive a lógica impactante da expansão do capitalismo e seletividade do capital, que a insere no turbilhão do turismo internacional após a conquista da chancela da UNESCO2 (que a eleva a Patrimônio Cultural da Humanidade) e da implantação do polêmico Programa Monumenta (BID3 / República Federativa / Município). Logo, este artigo, ao apresentar, objetivamente, as reflexões desenvolvidas em pesquisa recente na área da Geografia Urbana, que teve como caso analítico Diamantina, tem por objetivo apontar para a urgência de se tratar as denominadas cidades históricas brasileiras, tanto em abordagens de pesquisas científicas quanto na prática do planejamento territorial urbano, enquanto totalidades inseridas na totalidade mundo. Há de se considerar a cidade histórica no amplo território urbano que a encerra, ou seja, defende-se sua “sobrevivência” enquanto totalidade perpassada pela lógica capitalista do mercado global e a “perpetuação” de seus habitantes, ante um mundo que vive o império da fragmentação dos lugares pelas ações imediatistas das governanças urbanas. Assim, focar as cidades históricas para além dos limites do tombamento – quer seja em pesquisas científicas, quer seja na prática de seu planejamento – pode se constituir em potencial instrumento para a minimização dos impactos da dialética da construção destrutiva que envolve as cidades históricas brasileiras na atual fase do capitalismo, além de induzir à democratização (utopia?) dos bens culturais do mundo.
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