RESISTÊNCIA E CONFLITOS SOCIAIS NA AMAZÔNIA PARAENSE: a luta contra o empreendimento Hidrelétrico de Belo Monte / RESISTANCE AND SOCIAL CONFLICTS AT THE AMAZÔNIA PARAENSE: the fight against the hydroelectric enterprise of Belo Monte
Resumo
O território Transamazônica-Xingu sofre constantes transformações
devido à chegada de novos sujeitos territoriais e empreendimentos que
preconizam o lucro e o crescimento econômico, caracterizando, o
movimento do capital no território. Essa situação tem gerado problemas
no uso dos recursos naturais e mudanças nos modos de vida. Novas
dinâmicas no território têm provocado transformações socioeconômicas,
produtivas e ambientais que configuram espaços de conflitos, choques
culturais e de interesses, com a sobreposição de grupos econômicos
externos em relação aos hábitos, costumes e perspectivas dos sujeitos
locais. O movimento do capital “normalmente ignora o espaço vivido das
comunidades locais e busca refuncionalizá-lo em função da acumulação
capitalista”1. Partindo desta premissa, tem no escopo do texto elementos
e compreensão de fatos que explicitam as alterações nas dinâmicas e a
resistência de grupos locais ao empreendimento hidrelétrico de Belo
Monte. Para tanto, foram feitas entrevistas com lideranças dos
movimentos sociais e lideres de comunidades impactadas, além do
acompanhamento de ações dos movimentos que reivindicam a promoção e
garantia dos valores democráticos. Na análise feita ao longo do texto,
não há uma defesa do localismo, mas uma reflexão crítica acerca dos
interesses que não ponderam as relações estabelecidas historicamente nos
locais, gerando, consequentemente os conflitos sociais no território.