Casos de dengue em Planaltina-DF: análise espacial e fatores socioambientais em um ano epidêmico / Cases of dengue in Planaltina-DF: spatial analysis and socio-environmental factors in an epidemic year

DOI: https://doi.org/10.5752/P.2318-2962.2019v29n58p705-725

Resumo

A dengue é uma virose aguda, causada por quatro diferentes sorotipos de vírus (D-1, D-2, D-3 e D-4) e é considerada uma doença endêmica no Brasil. Os primeiros casos confirmados de dengue no Distrito Federal foram registrados em 1991 e até hoje diversas regiões administrativas apresentam quantidades expressivas de casos, principalmente Planaltina. O presente trabalho buscou analisar a distribuição espacial da dengue na Região Administrativa de Planaltina, para o ano de 2014, focando na existência de correlação entre casos de dengue e fatores socioambientais. A metodologia consistiu em i) levantamento de dados, com destaque para dados socioambientais e casos de dengue, bem como a sua espacialização; e ii) processamento e análise dos dados. O ano de 2014 foi um ano epidêmico no Distrito Federal, o que se refletiu em Planaltina, a qual atingiu uma taxa de incidência de 1.078,97 casos por 100 mil habitantes. A espacialização da taxa de incidência por setor censitário mostrou-se alta em boa parte dos setores urbanos, mas também se fez presente em alguns setores rurais. A correlação de Pearson mostrou-se positiva para a variável pessoa responsável com rendimento nominal mensal de até 3 salários mínimos (PRR3) e negativa para as variáveis domicílio particular permanente sem coleta de lixo (DSCL) e domicílio particular permanente sem abastecimento de água (DSAA). O Índice de Moran foi de 0,418, indicando uma correlação espacial positiva. Os resultados demonstram que, para compreender a complexa dinâmica da dengue, é necessário utilizar diferentes técnicas e variáveis socioambientais, além da própria dimensão espacial.

Palavras–chave: Geoprocessamento, Aedes, Geografia da saúde, Taxa de incidência, Índice de Moran.

Abstract

Dengue is an acute virus caused by four different virus serotypes (D-1, D-2, D-3 and D-4) and is considered an endemic disease in Brazil. The first confirmed cases of dengue in the Federal District were recorded in 1991, and until today several administrative regions have significant amounts of cases, mainly Planaltina. The present work aimed to analyse the spatial distribution of dengue in the Administrative Region of Planaltina, for the year 2014, focusing on the existence of a correlation between dengue cases and socio-environmental factors. The methodology consisted of i) data collection, with emphasis on socio-environmental data and cases of dengue, as well as its spatialization; and ii) data processing and analysis. The year 2014 was an epidemic year in the Federal District, which was reflected in Planaltina, which reached an incidence rate of 1,078.97 cases per 100 thousand inhabitants. The specialisation of the incidence rate by census tract has been high in many urban sectors, but it has also been present in some rural sectors. Pearson's correlation was positive for the variables responsible person with monthly nominal income of up to 3 minimum wages (PRR3) and negative for the variables permanent private household without garbage collection (DSCL) and permanent private household without water supply (DSAA). The Moran Index was 0.418, indicating a positive spatial correlation. The results demonstrate that, in order to understand the complex dynamics of dengue, it is necessary to use different socio-environmental techniques and variables, besides the spatial dimension itself.

Keywords: Geoprocessing; Aedes; Geography of health; Moran's Index; Incidence rate.

Publicado
31-07-2019
Edição
v. 29 n. 58 (2019): Julho a Setembro de 2019
Seção
ARTIGOS

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