POPULAÇÕES RURAIS E RISCOS SOCIOAMBIENTAIS: REFLEXÕES SOBRE OS IMPACTOS DA AGRICULTURA MODERNA EM COMUNIDADES CAMPONESAS E QUILOMBOLAS DO VALE DO JEQUITINHONHA/MG
Resumo
O advento e a hegemonia da agricultura moderna têm implicado em
distintos passivos socioambientais decorrentes do uso intensivo de
insumos químicos e mecânicos propalados pelo .pacote tecnológico. da
Revolução Verde do século XX e, mais recentemente, pela Revolução
Duplamente Verde. Diante deste contexto, o presente estudo busca
refletir sobre os impactos e riscos socioambientais advindos da
introdução de monocultivos de eucalipto e café nas superfícies
geomorfológicas das Chapadas do Vale do Jequitinhonha/MG, região de
contraste entre a ocupação camponesa e o agronegócio moderno.
Constatou-se nas comunidades pesquisadas que a substituição da vegetação
nativa do Cerrado pelo monocultivo de eucalipto/café implicou não só na
perda da biodiversidade local, utilizada secularmente pelas populações,
mas também: ) na contaminação dos solos e dos recursos hídricos por
resíduos de agrotóxicos e fertilizantes químicos; ii) no agravamento de
processos erosivos e iii) no assoreamento de rios e córregos. Além da
contaminação do meio físico, foram relatados inúmeros casos de
extermínio da vida silvestre e, ainda mais grave, de intoxicação humana
em decorrência do uso indiscriminado de agrotóxicos. Diante deste
quadro, urge (re)pensarmos formas alternativas de desenvolvimento rural
que possibilitem um maior envolvimento socioeconômico e ambiental dos
sujeitos rurais e um mínimo de impacto aos ecossistemas
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Geografia, Rio Claro, SP, Brasil - pISSN 0100-7912 - eISSN 1983-8700 está licenciada sob Licença Creative Commons > > > > >