UM “DESESPAÇO” DA DOR EM “GRAMÁTICA EXPOSITIVA DO CHÃO” DE MANOEL DE BARROS

Jones Dari Goettert

Resumo


De “Gramática Expositiva do Chão”, de Manoel de Barros, sugere-se aqui a ideia de um espaço absolutamente espedaçado, diluído e em desvario, insinuando-se, por isso, como um “desespaço”. Um espaço impossível de compreensão a partir de uma lógica e de uma ética-estética da plena conexão, totalidade ou racionalidade linear-cartesiana. Como “desespaço”, a poética de Manoel de Barros transita entre o cubismo, o surrealismo, o dadaísmo e “metades” de gentes, bichos e coisas de uma natureza feita também em pedaços. Das “metades” uma poesia da dor eclode. Partidos ao meio, gentes, bichos e coisas tendem a uma perda irreparável e insuperável, em um “desespaço” para sempre mutilado.

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