Rio, ribeirão ou valo?: a influência das distintas percepções e atribuições de valores na conservação/preservação/utilização dos cursos d’água

Daiane Bertoli, Sandra Maria de Arruda Furtado

Resumo


A urbanização e as mudanças na dinâmica de uso da terra a ela atreladas são, por vezes, berço de conflitos que emergem tanto de divergências legais quanto das distintas visões e vivências que se têm da paisagem e dos diferentes significados a esta atribuídos pelos agentes que a modelam. A sub-bacia do ribeirão Chico de Paulo (Jaraguá do Sul – SC), inserida em um expressivo vetor de expansão urbana, foi palco do presente estudo, que tem como objetivo analisar como as diversas percepções da paisagem interferem na ocupação do meio e no maior ou menor grau de conservação do ambiente físico-natural, em especial dos cursos d’água. O trabalho, embasado em entrevistas semi-estruturadas realizadas com empreendedores imobiliários, com um representante do poder público municipal e com os distintos grupos sociais que habitam a sub-bacia, analisa como os olhares diferenciados se refletem na degradação ou na preservação do sistema de drenagem e na ocupação das áreas sujeitas a inundações. Conclui-se que as conotações e os tratamentos divergentes atribuídos aos mesmos elementos hídricos, expressos através de visões que os enaltecem ou os reduzem, são fatores decisivos na preservação/conservação/utilização dos cursos d’água e influenciam diretamente a fixação de edificações em áreas de risco.

Palavras-chave


Paisagem; Cursos d'água; Urbanização; Conflito; Risco

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GEOgrafias: uma publicação do Departamento de Geografia e do Programa de Pós-Graduação em Geografia - IGC/UFMG