Rio, ribeirão ou valo?: a influência das distintas percepções e atribuições de valores na conservação/preservação/utilização dos cursos d’água
Resumo
A urbanização e as mudanças na dinâmica de uso da terra a ela
atreladas são, por vezes, berço de conflitos que emergem tanto de
divergências legais quanto das distintas visões e vivências que se têm
da paisagem e dos diferentes significados a esta atribuídos pelos agentes
que a modelam. A sub-bacia do ribeirão Chico de Paulo (Jaraguá do Sul –
SC), inserida em um expressivo vetor de expansão urbana, foi palco do
presente estudo, que tem como objetivo analisar como as diversas
percepções da paisagem interferem na ocupação do meio e no maior ou
menor grau de conservação do ambiente físico-natural, em especial dos
cursos d’água. O trabalho, embasado em entrevistas semi-estruturadas
realizadas com empreendedores imobiliários, com um representante do
poder público municipal e com os distintos grupos sociais que habitam a
sub-bacia, analisa como os olhares diferenciados se refletem na
degradação ou na preservação do sistema de drenagem e na ocupação das
áreas sujeitas a inundações. Conclui-se que as conotações e os
tratamentos divergentes atribuídos aos mesmos elementos hídricos,
expressos através de visões que os enaltecem ou os reduzem, são fatores
decisivos na preservação/conservação/utilização dos cursos d’água e
influenciam diretamente a fixação de edificações em áreas de risco.
Palavras-chave
Paisagem; Cursos d'água; Urbanização; Conflito; Risco
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GEOgrafias: uma publicação do Departamento de Geografia e do Programa de Pós-Graduação em Geografia - IGC/UFMG