Produção de Agroenergia pela Agricultura Familiar: a contribuição dos “pequenos” empreendimentos aos “grandes” problemas atuais
Resumo
Neste artigo, aborda-se a agroenergia como uma resposta à autoconfrontação com os efeitos colaterais do desenvolvimento e da modernidade em um contexto de sociedade de risco. O Brasil destaca-se neste cenário com uma produção consolidada de etanol, além do recente programa que incentiva a produção de biodiesel. Argumenta-se, contudo, que tais formas de produção não geram, necessariamente, efeitos positivos sobre o desenvolvimento rural, seja socioeconômica, seja ambientalmente. Neste sentido, emergem experiências de produção de agrocombustíveis, desencadeadas por agricultores familiares, que podem ser consideradas uma autoconfrontação aos efeitos colaterais do tradicional modelo brasileiro de agroenergia, baseado em grandes e modernas monoculturas. À luz de duas iniciativas da agricultura familiar no Rio Grande do Sul, pretende-se evidenciar como os agricultores familiares, ao produzirem agrocombustíveis de maneira integrada aos alimentos, fortalecem sua capacidade de agência na promoção e condução de processos de desenvolvimento rural mais sustentáveis. Desta forma, a agroenergia coloca-se como uma alternativa de diversificação à agricultura familiar, contribuindo para uma maior autonomia e para a construção de estratégias de reprodução social e econômica das famílias, além de oferecer respostas aos riscos ambientais gerados pela sociedade moderna.
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R. Paranaense Desenv. Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social, Curitiba, PR, Brasil, ISSN 2236-5567 (online) e ISSN 0556-6916 (impresso) - revista@ipardes.pr.gov.br
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