IDEALISMO E MATERIALISMO, GEOGRAFIA CRÍTICA E A CONCEPÇÃO DA ABSTRAÇÃO ESPACIAL
Resumo
propõe discutir a concepção de se pensar o espaço como abstração.
A tese da abstração espacial é defendida por intelectuais (VITTE;
SILVEIRA, 2011; ALFREDO, 2010a; 2010b) que julgam errônea a assimilação
do espaço enquanto materialidade. Buscando estabelecer um dialogo com os
intelectuais que defendem a tese supracitada, recupera-se a construção
onto-epistemológica da Geografia Crítica com o fito de mostrar como
teóricos dessa corrente (Lacoste, Harvey, Milton Santos, Quaini)
atestaram a primazia ontológica da materialidade do espaço. Dessa forma,
os geógrafos críticos fundamentaram-se no materialismo marxiano. Para
entender a incorporação do materialismo marxiano na Geografia, recuamos
na história com o desígnio de compreender quais as diferenças existentes
entre o materialismo de Marx em relação ao de Feuerbach. Assim,
escolhemos a obra “Ludwig Feuerbach e o fim da Filosofia Clássica Alemã”
de Engels porque ela apresenta uma cosmovisão materialista da história
mais evoluída do que “A Ideologia Alemã”, principalmente porque Engels
tinha conhecimento da química de Justus Liebig e da Teoria da Evolução
de Darwin. Deste modo, retomamos o confronto entre idealismo e
materialismo para sustentar a nossa tese de que a abstração espacial
representa objetivamente um retorno ao idealismo, especialmente aos
filósofos Kant e Hegel.