O COMPERJ: MODELO DE DESENVOLVIMENTO HEGEMÔNICO E CONTRADIÇÕES NO ESPAÇO LOCAL (ITABORAÍ, RIO DE JANEIRO)
Resumo
Esse artigo analisa o atual processo de instalação do Complexo
Petroquímico do Rio de Janeiro (COMPERJ) no Município de Itaboraí,
Região Metropolitana do Rio de Janeiro, afetando a Área de Proteção
Ambiental de Guapimirim, sob os auspícios da contradição dos projetos de
gestão dos territórios na localidade. O objeto de estudo desse trabalho
é um exemplo das contradições entre os modelos de desenvolvimento
socioespacial propostos por diferentes racionalidades de gestão dos
territórios. O COMPERJ insere-se no território em questão trazendo
consigo as concepções de desenvolvimento e sustentabilidade no seu
discurso. O quê torna necessário, primeiramente, uma revisitação a esses
conceitos/noções. Destaca-se nessa discussão o pensamento de autores
que trazem a possibilidade de desenvolvimentos alternativos, salientando
a plena participação dos indivíduos nos processos decisórios.
Compreendemos que não existe apenas uma sustentabilidade e um
desenvolvimento, mas sim sustentabilidades e desenvolvimentos de acordo
com a cultura e a história de cada sociedade. A partir disso, uma
análise crítica em relação à localização do pólo é feita, evidenciando
as contradições existentes das realidades locais com o discurso do
COMPERJ, já que como área submetida à legislação de Unidades de
Conservação, os impactos tecnológicos do COMPERJ deverão gerar grandes
danos à ordem ecossistêmica e social local. A pesquisa, dessa maneira,
apontará para outras racionalidades e estratégicas que visem,
principalmente, a justiça social e a qualidade de vida, questões que vêm
sendo esquecidas e substituídas pelo avassalador poder da busca da
eficiência econômica.
Palavras-chave
COMPERJ; Área de proteção ambiental de Guapimirim; contradições; desenvolvimentos; sustentabilidades
DOI: http://dx.doi.org/10.5380/geografar.v5i1.17779
Revista Geografar ISSN: 1981-089X



