A DESPENSA VIVA: um banco de germoplasma nos roçados da floresta.
Resumo
Os povos da floresta são detentores de bancos genéticos e
promotores de novas variedades de agricultivares. O modo de vida de um
“campesinato florestal” explica uma agricultura que encampa uma
pluralidade de cultivares – algo irracional sob a lógica do agronegócio,
calcada na uniformidade e unifocada na produtividade. A dilapidação
dessa agrobiodiversidade é pro-porcional à integração da Amazônia e dos
saberes tradicionais à economia capitalista, onde se incrementam formas
de apropriação privada da floresta e do etnoconhecimento. Nesse
contex-to, a biotecnologia adiciona sofisticada modalidade de predação
ao submeter a biodiversidade à condição de mercadoria. Tira-se a semente
do domínio das populações tradicionais e a sub-juga ao controle de
grandes corporações. O que é um processo ecológico de reprodução
trans-forma-se em um processo tecnológico de produção.