ANÁLISE TEMPORAL DO PADRÃO DO CULTIVO DE MILHO EM GOIÁS ATRAVÉS DE GEOTECNOLOGIAS NO PERÍODO DE 1990 A 2011.
Resumo
A inserção de novas técnicas no campo possibilitou o cultivo de
algumas espécies de vegetais em climas e biomas onde naturalmente não
havia possibilidade de cultivo. Isto, associado à melhora na
infraestrutura de transporte na região Centro-Oeste do Brasil, sobretudo
a partir dos anos 1970, possibilitaram a expansão da agricultura sobre
área de cerrado, bioma tradicionalmente seco. É neste contexto, que o
estado de Goiás a cada ano perde áreas nativas de cerrado para a
agricultura. Existem diversas espécies cultivadas neste estado de forma
intensiva, entre elas o milho, que ao longo da série temporal de vinte e
um anos, que compreende os anos de 1990 até 2011, apresenta crescimento
constante do rendimento, relação entre quantidade produzida e área
plantada, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística). Através destes mesmos dados, somados aos dados de área
plantada de milho, foram calculadas as trajetórias dos centros de massa
(Hermuche, 2013) e confeccionados mapas de aceleração e velocidade do
rendimento da produção de milho ao longo da série temporal, todas estas
operações foram realizadas em ambiente SIG (Sistema de Informação
Geográfica). Através destes dados, chegou-se a conclusão que ao longo
dos anos houveram mudanças graduais do padrão de cultivo de milho no
estado, onde inicialmente, em 1990, ao municípios da região sudoeste de
Goiás apresenta os maiores rendimentos, e em 2011 a região sudeste passa
a apresentar os maiores valores de rendimento. O rendimento é uma
variável indicativa, já que o aumento dele, pode indicar um maior
investimento em técnicas no local, o que não se relaciona diretamente
com a área plantada, o que muitas vezes indica a formação de complexos
agroindustriais. Além deste fator, pode-se destacar uma possível mudança
na forma da cultivo de milho, que tradicionalmente em algumas
localidades produtoras de soja, é plantado na forma de safrinha, ou
seja, intercalado com a soja, por safra normal, de maior rendimento. Com
isso busca-se traçar um diagnóstico inicial sobre este cultivo no
estado de Goiás.
Texto completo:
154-162DOI: https://doi.org/10.12957/tamoios.2016.19402
ISSN: 1980-4490