INSTRUMENTOS PARA AS GESTÕES TERRITORIAL E AMBIENTAL NO BRASIL: A PROTEÇÃO DO CARSTE EM PERSPECTIVA
Resumo
As paisagens cársticas, em razão de suas particularidades
naturais, revelam maior grau de fragilidade frente às atividades
antrópicas caso sejam elas comparadas a paisagens outras cujo substrato
geológico é composto por rochas não carbonáticas. É partindo dessa
constatação que este artigo analisa os instrumentos para as gestões
territorial e ambiental que, direta ou indiretamente, contemplem ações
voltadas para as peculiaridades das paisagens cársticas. Emprega-se,
para isso, recursos da análise documental, em permanente diálogo com a
literatura especializada, na investigação dos impactos ambientais em
paisagens cársticas e dos principais instrumentos das políticas Urbana,
Nacionais de Meio Ambiente e de Recursos Hídricos. Dentre esses
instrumentos, os planos diretores da Política Urbana se revelaram como
aqueles que mais abarcam medidas protetivas que convergem com as
peculiaridades do carste. Complementarmente, observou-se que não há, no
atual cenário normativo ambiental do país, regulamentações específicas
que contemplem as paisagens cársticas em sua perspectiva integral,
totalizante, que regulamente os mais variados usos das áreas cársticas
em atendimento aos interesses sociais e econômicos, seja frente àquelas
atividades desenvolvidas na superfície (exocarste), como também em
subsuperfície (endocarste). Não obstante, apesar de se contar hoje no
Brasil com legislação pertinente às cavidades naturais, a qual normatiza
o uso de elementos inerentes ao endocarste, a mesma não proíbe a
instalação de atividades antrópicas altamente impactantes aos ambientes
cársticos que, por vezes, resultam em danos irreversíveis.
Palavras-chave
Carste. Gestão territorial. Gestão ambiental. Impactos ambientais. Medidas protetivas.
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PDF (baixadoDOI: http://dx.doi.org/10.4025/bolgeogr.v36i1.34663
ISSN 2176-4786 (on-line) e-mail: dge-boletim@uem.br