A “(RE)CONQUISTA” DO ESTADO: antipolítica, agronegócio e genocídio no Brasil
Resumo
O texto propõe-se a estabelecer uma análise da conjuntura atual
do campo brasileiro no contexto político-econômico que desencadeou a
destituição do governo Dilma a partir da ideia de reapropriação do
Estado pela burguesia, o que é analisado considerando-se o pacto de
classes anteriormente existente nos governos trabalhistas de Lula e
Dilma. A análise é empreendida a partir de três fundamentos epistêmicos:
a economia política do agronegócio e sua lógica específica de
apropriação do espaço; o Estado, como expressão de interesses de classe e
seu fundamento legitimador da propriedade privada e a dinâmica das
relações sociais de produção e reprodução do trabalho, do não trabalho e
da vida, que, por sua natureza, também contempla o sistema de
representação social, mediação (práxis) e intermediação (metáxy). Desse
último fundamento vê-se emergindo um conjunto de representações que se
desdobram num retrocesso civilizatório, por meio da ruptura democrática e
de um conjunto de estratégias de degeneração que são identificadas como
antipolítica. O Estado é compreendido como um dos elementos
constitutivos do território, sendo que a norma, sua dimensão legal,
expressa o movimento das forças sociais em confronto, num devir
constante e contraditório. A economia política do agronegócio esteve
articulada nesse contexto a um pacto de classes que gerou um padrão de
acumulação que teve, na sua dimensão mais perversa, a acumulação por
espoliação de terras indígenas.
Texto completo:
PDFDOI: https://doi.org/10.22478/ufpb.1982-3878.2018v12n2.41328
ISSN: 1982-3878




