O espaço urbano é uma construção social que permite interpretações diversas quanto aos seus objetivos, podendo ser destacado um sentido engendrado pelos desígnios da ótica capitalista (cidade-mercadoria) e também outro entendimento deste limite enquanto realização da cidadania e da dignidade social (perspectiva crítica de seus cidadãos). Ao longo deste estudo está colocado um breve relato histórico do surgimento das cidades, bem como a sua concepção urbanística, uma reflexão que evidencia os distintos interesses que se fazem presentes nestes limites. Está destacada a origem da segregação socioespacial do espaço urbano e a ‘naturalização’ com que este processo tem sido considerado nos últimos anos. Através destes levantamentos se questiona as possibilidades que a cidade também pode proporcionar quando pensada pelo enfoque dos sujeitos que estão à margem (os marginais) das objetivações hegemônicas destes espaços. Assim, a proposta desta pesquisa buscou fazer uma reflexão crítica dos processos urbanísticos contemporâneo, trazendo no discurso a necessidade de uma participação ampliada dos cidadãos, incluindo-se aí os ‘favelados’ ou seja, uma efetiva possibilidade de acesso e construção nas diversas materialidades e imaterialidades do meio urbano.