A evidência de práticas orientalistas como instrumento do imperialismo no pós-11 de Setembro

Leonardo Luiz Silveira da Silva

Resumo


A retórica imperialista esteve durante muito tempo a serviço de uma mission civilisatrice que justificava moralmente a subjugação de um povo por outro. Esta estratégia passava pela criação de estereótipos pejorativos que se apoiavam em uma proposta fortemente etnocêntrica. O professor Edward Said, um dos expoentes dos estudos pós-coloniais, sugeriu o termo “Orientalismo”, que seria um modo de abordar o Oriente – propriamente do mundo islâmico – baseado na experiência ocidental europeia. Através de sua apurada crítica, o professor apresenta as diversas formas de consolidar imaginários que estavam a serviço do imperialismo europeu. Com a descolonização e após o fim da Guerra Fria, um resgate da abordagem orientalista coincide com o posicionamento do mundo islâmico como um entrave às aspirações ocidentais. O fortalecimento do Orientalismo torna-se ainda mais notório após os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001. O artigo tem como objetivo apontar indícios do resgate orientalista no mundo contemporâneo como forma de justificativa moral para o imperialismo. O texto a seguir trata-se de uma tentativa de mostrar que os discursos hegemônicos estão a serviço de causas menos nobres que se transvestem de pretensos valores universais.

Palavras-chave


Imperialismo; Orientalismo; Edward Said; Etnocentrismo; Atentados terroristas de 11 de Setembro

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