A evidência de práticas orientalistas como instrumento do imperialismo no pós-11 de Setembro
Resumo
A retórica imperialista esteve durante muito tempo a serviço de
uma mission civilisatrice que justificava moralmente a subjugação de um
povo por outro. Esta estratégia passava pela criação de estereótipos
pejorativos que se apoiavam em uma proposta fortemente etnocêntrica. O
professor Edward Said, um dos expoentes dos estudos pós-coloniais,
sugeriu o termo “Orientalismo”, que seria um modo de abordar o Oriente –
propriamente do mundo islâmico – baseado na experiência ocidental
europeia. Através de sua apurada crítica, o professor apresenta as
diversas formas de consolidar imaginários que estavam a serviço do
imperialismo europeu. Com a descolonização e após o fim da Guerra Fria,
um resgate da abordagem orientalista coincide com o posicionamento do
mundo islâmico como um entrave às aspirações ocidentais. O
fortalecimento do Orientalismo torna-se ainda mais notório após os
atentados terroristas de 11 de setembro de 2001. O artigo tem como
objetivo apontar indícios do resgate orientalista no mundo contemporâneo
como forma de justificativa moral para o imperialismo. O texto a seguir
trata-se de uma tentativa de mostrar que os discursos hegemônicos estão
a serviço de causas menos nobres que se transvestem de pretensos
valores universais.
Palavras-chave
Imperialismo; Orientalismo; Edward Said; Etnocentrismo; Atentados terroristas de 11 de Setembro
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