CONDIÇÕES URBANAS E EXPOSIÇÃO DOS TRABALHADORES SOB APLICAÇÃO DE MALATIONA
Resumo
AA cidade de São Paulo caracteriza-se pelo acentuado crescimento,
o que favoreceu a formação de áreas com diferentes condições sociais,
econômicas e ambientais. Várias doenças transmitidas por vetores
apresentam frequências diferentes nos diversos sítios da cidade, mas o
programa de controle de vetores é o mesmo para todos os locais. O
controle do Aedes aegypti, mosquito vetor da dengue, envolve entre
outras ações a realização de nebulização de malationa GT 96% em óleo de
soja (1:2, v/v) quando há casos confirmados da doença. Durante o
procedimento dois ou mais funcionários (batedores) informam os munícipes
para sair de suas casas e retornarem após 15 minutos do término do
procedimento e, então, o aplicador acompanhado do funcionário que atua
como apoio entra nas residências e aplicam o inseticida. O produto é
aplicado dentro da residência do caso positivo, na sua área externa e
nas residências do entorno. Embora os locais sejam diferentes e o
procedimento de nebulização seja o mesmo, não se sabe se as
características urbanas podem influenciar a exposição dos funcionários.
Assim, este trabalho avaliou a presença de malationa sobre as
vestimentas dos funcionários em três diferentes locais. A área A era um
local de baixo poder aquisitivo com casas pequenas ou assobradas com
pouca ou nenhuma área externa. A área B se constituía em condomínios com
prédios de até cinco andares onde foi nebulizado somente a garagem e o
saguão do primeiro andar. E a área C era uma favela com edificações
improvisadas e pequenas vielas. A e B eram áreas regulares com sistema
viário e calçadas, mas C era um aglomerado de construções e barracos de
madeira permeados por vielas. Em todas as áreas a atividade foi
realizada em seis dias sob as mesmas condições climáticas Para avaliar a
quantidade de malationa recebido durante a nebulização, oito
absorventes higiênicos femininos foram colocados sobre a vestimenta do
equipamento de proteção individual de cada funcionário. Após a
nebulização, cada absorvente era removido e submetido à extração com 60
mL de hexano sob agitação mecânica por 30 min e os extratos analisados
por cromatografia gasosa para detecção e quantificação do malationa. Nas
áreas A e C não se observou diferença na quantidade de malationa nos
absorventes do aplicador e do apoio, mas em B a quantidade de malationa
foi maior. Por outro lado observou-se maior quantidade de malationa nos
batedores no sítio. Os resultados permitiram concluir que as condições
ambientais podem influenciar o grau de exposição dos funcionários.
Palavras-chave
nebulização, controle da dengue, Aedes aegypti
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