A DINÂMICA TERRITORIAL DO AGRONEGÓCIO CANAVIEIRO E O ZONEAMENTO AGROECOLÓGICO DA CANA-DE-AÇÚCAR: notas para um debate / DINÁMICA TERRITORIAL DEL AGRONEGOCIO CAÑERO Y EL ZONEAMIENTO AGROECOLOGICO DE LA CAÑA DE AZÚCAR: notas para una discusión

Marcos A. Souza

Resumo


Partindo-se da premissa de que a crescente expansão do agronegócio sucroalcooleiro após a década de 1970 provocou uma série de impactos socioambientais no espaço agrário brasileiro, a perspectiva de uma expansão ainda maior pela atual conjuntura nacional e internacional aponta para um proporcional intensificação desses impactos. Assim, na medida em que o agronegócio canavieiro se expande pelo país, ocorreria um aumento proporcional da concentração fundiária, das disputas territoriais com a produção agroalimentária, além da superexploração da força de trabalho empregada nos canaviais. Portanto, o governo brasileiro engendrou em 2009 o Zoneamento Agroecológico da Cana-de-Açúcar, cujo objetivo seria ordenar a produção canavieira no território brasileiro, de modo a se converter em um instrumento capaz de demonstrar a opinião pública nacional e internacional a pretensa sustentabilidade do agronegócio sucroalcooleiro nacional. Nesse contexto, o objetivo deste artigo é analisar o zoneamento implementado pelo governo federal sob a ótica da lógica de localização geográfica do agronegócio sucroalcooleiro, orientada pelo auferimento da renda da terra, demonstrando que esta política de ordenamento territorial não conseguirá mitigar os impactos socioambientais inerentes a produção desses agrocombustível sob os moldes do agronegócio.

Palavras-chave


agronegócio sucroalcooleiro, zoneamento agroecológico, renda da terra, impactos socioambientais, disputas territoriais.

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